Análise: Galaxy on Fire 2

Há vários casos de jogos para iOS e Android que nos fazem pensar o porquê de ainda comprarmos consolas portáteis como as recentes 3DS e a Vita. Mesmo que Angry Birds seja um grande sucesso não é propriamente um jogo que necessite de um grande hardware pelo que é um bom jogo para smartphones, Galaxy on Fire 2 por outro lado faz tanto sentido num smartphone ou tablet como faria numa consola dedicada a jogos, pois não lhe falta nem qualidade nem conteúdo. Com o poder gráfico dos tablets e smartphones a aumentar todos os anos ficamos a pensar se o único aspecto em que as consolas conseguem ser melhores é em serem criadas de raiz a pensar em jogos, oferecendo teclas que permitem uma melhor experiência. GOF2 é a sequela de GOF 3D que foi lançado à algum tempo para iPhone e iPod e chega agora também aos tablets. É um jogo de acção espacial que relembra o clássico Freelancer  ou o relativamente recente EVE online.

Em Galaxy on Fire 2 somos um piloto que devido a alguns problemas é transportado no tempo e no espaço e acaba do outro lado da galáxia mais de trinta anos depois. Tudo mudou um pouco e agora há que lutar contra uma nova ameaça, os Voids. Podem contar com um ambiente sci-fi bastante característico daquele que estamos habituados de outros jogos e filmes do género, mas que nunca antes tínhamos visto nos dispositivos móveis.  GoF2 é aquilo que podemos chamar de jogo AAA nestes dispositivos. Considerando o primeiro Galaxy on Fire podemos ver muitas melhorias, tanto em profundidade como longevidade. Ao contrário de outros jogos para tablets e smartphones, aqui há realmente um trabalho na história que consegue ser interessante, juntamente a um bom trabalho de voz nos diálogos consegue agarrar-nos bastante. Tendo em conta que há imensos jogos para consolas caseiras e PC e não têm vozes na integridade podem ver o nível que tentaram atingir neste jogo.

Não há nada de muito inovador, temos que viajar de estação espacial para estação espacial de forma a prosseguir na história ou aceitar missões secundárias. Apesar da fórmula ser sempre a mesma as missões são variadas e não são perda de tempo. Todas as missões dão dinheiro que podemos depois usar para melhorar a nossa nave ou até comprar uma nova. É aqui que Galaxy on Fire 2 realmente brilha. As opções de customização são enormes, havendo infindáveis opções de armas primárias e secundárias, escudos, sensores, etc.. Além das missões podemos extrair minerais dos asteróides que rodeiam os planetas. Todos estes “upgrades” têm um enorme impacto na jogabilidade. Quando se compra um novo escudo nota-se rapidamente a diferença no dano que conseguimos levar e as armas têm uma diferença de dano bastante importante também. São os itens que aumentam a velocidade da nossa nave os que melhoram mais a nossa experiência de jogo uma vez que não é possível controlar de outra forma a velocidade da nave. O melhor que o jogo oferece é quando utilizamos o auto-piloto, que permiti o “fast-forward”.  Infelizmente como não podemos controlar a velocidade da nave o combate resume-se a tentar atingir o inimigo e fugir não é possível. Ter uma nave lenta implica que por vezes é bastante difícil sair de uma posição de desvantagem quando estamos a ser atacados por trás.

Em termos de jogabilidade não há grandes falhas, raramente senti saudades de um comando físico tradicional. O joystick virtual e as teclas funcionam bastante bem. No entanto notei algumas falhas da detecção de percursos no uso da função de piloto automático que por vezes falha não conseguindo activar a entrada para uma estação espacial por exemplo. As batalhas são bastante acessíveis e não é necessário acertar exactamente nas naves inimigas, há uma certa aproximação automática que ajuda bastante. Para não terem que carregar constantemente no botão de disparar  podem sempre carregar duas vezes no botão, o que ativa o disparo automático. No PC toda esta jogabilidade melhora, mostrando que independentemente das tendencias um dispositivo com teclas é sempre superior em gameplay, especialmente se não for um titulo casual que exija maior controlo por parte do jogador.

Não vão ficar decepcionados com a escala de GoF2. O universo é enorme e não há qualquer limite nos mapas, apesar de também não haver qualquer vantagem em aventurarem-se muito pois não há nada para fazer quando se afastam demasiado. Podem explorar 20 sistemas solares e 100 estações espaciais. Cada uma com missões secundárias. Usando o mapa podem viajar rapidamente de um sistema para outro.

O aspecto do jogo salta rapidamente à vista com gráficos bastante detalhados tanto nos planetas como nas naves. A diversidade existente faz com que cada sistema solar pareça único. A banda sonora que relembra o mistério que é a exploração espacial ajuda a criar um ambiente perfeito de ficção cientifica como nunca tinha sido feito num dispositivo móvel. No PC não há grande melhoria em termos gráficos relativamente à versão mobile anterior, especialmente quando comparamos dispositivos capazes de resoluções semelhantes.

GoF2 não cria nada de realmente inovador, no entanto assume-se como o melhor jogo do género em dispositivos móveis. Se gostaram de Freelancer quando este saiu para PC há alguns anos experimentem GoF2 pois não se irão arrepender. O cuidado com o detalhe gráfico, sonoro e a quantidade de opções de customização fazem pensar quando ao futuro das consolas portáteis, pois em termos de qualidade quase nada separa jogos como este dos presentes nas consolas. Obviamente tem algumas falhas mas não tão significativas que vos impedirão de ter uma boa experiência com GoF2.Se são adeptos de jogos casuais ao estilo Angry Birds não é propriamente para vocês e devem procurar noutro lado. No PC é também bem vindo, uma vez que este gênero de jogo raramente é produzido atualmente e sendo o PC a plataforma que o viu nascer é sempre bom voltar apostas do gênero.

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