Análise: Until Dawn

Until Dawn foi uma das maiores e melhores surpresas que tive nos últimos tempos. Além de ser fã de videojogos adoro o género cinematográfico Slasher e Until Dawn é o Slasher do mundo dos jogos. Para explicar Until Dawn por comparações podia dar como exemplos apenas alguns jogos, mas tinha uma lista enorme de filmes. Este é um jogo que deve muita da sua inspiração em termos de mecânicas de jogo à Quantic Dream e à Telltale. É sem duvida um survival horror, mas está mais perto de ser um filme interactivo do que um jogo de ação.

Mas isso não é um defeito. Neste caso funciona de forma brilhante. Until Dawn é aliás o jogo que a Quantic Dream não conseguiu fazer. Heavy Rain é fantástico sim, mas não prende o jogador da forma que Until Dawn consegue fazê-lo. Talvez pela temática, mas sem duvida pela execução. Until Dawn porta-se muito melhor enquanto jogo do que qualquer dos jogos da Quantic Dream e isso não é redutor para a produtora de Heavy Rain, muito pelo contrário. Os seus jogos abriram o caminho e foram inspiradores para muita gente.
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Until Dawn é Heavy Rain, mas é também Scream, The Descent, Halloween, Final Destination, SAW e Hostel. É tudo isso e muito mais. Pode parecer que Until Dawn caiu no mesmo problema dos jogos da Quantic Dream, ou seja, querer ser tudo ao mesmo tempo, mas não. Todas estas inspirações estão presentes sim, mas tudo faz sentido, ou pelo menos acaba por fazer sentido no fim.

É também surpreendente que Until Dawn tenha chegado ao mercado com um marketing reduzido. Não apareceu do nada, mas não teve nem metade do apoio que jogos como Heavy Rain tiveram e nem um décimo de jogos como Killzone. E isso é surpreendente tendo em conta que o jogo conta com atores bastante conhecidos como Hayden Panettiere de Heroes, Peter Stormare de Prison Break e Brett Dalton de Falling Skies, entre outros também relativamente conhecidos. A versão portuguesa conta também com algumas vozes conhecidas, mas pessoalmente prefiro ouvir as vozes originais.

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Mas vamos passar a descrever um pouco de Until Dawn. Tal como em outros jogos do género, há principalmente três aspetos distintos neste jogo, exploração, quick time events e diálogos. Em todos estes há escolhas, ou falta delas, que o jogador tem que fazer e que modificam de alguma forma o desenrolar do jogo. Until Dawn decorre num ambiente remoto. Uma montanha gelada em que as nossas personagens se juntam para festejar algo. A história é surpreendentemente boa até para um filme do género, portanto não vou entrar em pormenores. Logo no início graças a uma partida mal pensada um desastre acontece, sendo que o restante jogo decorre um ano depois quando as restantes personagens voltam ao local.

O jogo chama-se Until Dawn porque basicamente todo ele decorre uma noite, e o objetivo acaba por ser sobreviver a essa noite, pois a possível salvação virá ao amanhecer. É difícil escolher qual é o melhor aspeto de Until Dawn, mas há um que se destaca, a qualidade das personagens. Todas elas têm uma personalidade distinta. O aventureiro, a cabra, a adorável, o bom rapaz, todas elas são diferentes e durante o jogo vamos conhecendo-as melhor. Pode existir alguma superficialidade, mas o jogo consegue fazer-nos preocupar com as personagens e mudar a ideia que temos delas. Mas todas elas são humanas o suficiente para que seja possível o jogador criar um laço com estas. E isso apenas é possível graças à qualidade dos atores e das prestações que deram, das quais à que realçar sem qualquer dúvida a prestação de Peter Stormare.

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Como já referi, há muitas escolhas que modificam o decorrer do jogo. Em parte isto funciona como em todos os jogos da Telltale por exemplo. Quando estamos durante um quick time event temos que escolher fazer A ou B e cada uma tem uma consequência ou podemos falhar uma tecla por exemplo. Durante um diálogo temos que escolher também o que fazer, mas o jogo consegue fazer algo melhor que os jogos que vieram antes, a importância de por vezes não fazer nada. Logo no início o jogo ensina-nos que existe a possibilidade de não escolher nenhuma das opções e esse é o caminho mais correto em algumas ocasiões.

Mas sem duvida o aspeto mais curioso de Until Dawn são as escolhas que fazemos sem saber. Durante a exploração não há ações obrigatórias e durante essa fase podemos ou não encontrar certos objetos. Se encontrar-mos uma faca por exemplo, iremos ter uma defesa no futuro, se não a encontrar-mos não teremos. Estas são também escolhas e uma razão interessante para explorar o cenário. O jogo não nos obriga sempre a explorar para abrir uma porta ou acionar um diálogo, mas há uma razão para o fazer-mos sempre.

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O filme Final Destination está na minha lista de inspirações por uma razão. Os totens que encontramos espalhados pelo cenário. Estes objetos que no início parecem um pouco deslocados do resto do jogo, avisam-nos sobre eventos futuros. Há cinco tipo de totens, morte, guia, perda, perigo e sorte, cada um explicativo sobre aquilo sobre que nos avisa. Encontrar um destes irá fazer com que a personagem possa evitar uma tragédia e assim sobreviver à noite.

Until Dawn tem uma estrutura episódica, que correspondem normalmente a períodos de uma hora nos eventos do jogo e uns 20 minutos de tempo real, dependendo do tempo gasto na exploração. Entre cada um destes episódios há uma sequência com o misterioso Dr. Hill de Peter Stormare que consegue ser das melhores coisas deste jogo graças à interpretação do ator, pois apenas temos que fazer algumas estranhas escolhas como por exemplo qual de duas personagens gostamos mais. No início de cada episódio há um pequeno video que recapitula o que se passou anteriormente.

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Este é um jogo soberbo que a Sony deveria sem duvida promover mais e melhor. É o melhor filme do género Slasher que vi nos últimos anos sem sequer ser um filme e tem melhores prestações dos seus atores do que a grande maioria dos filmes género. Simplesmente não o posso recomendar a todos porque nem todos gostam de jogos de terror e este é sem duvida um jogo de terror. Há morte, gore, sustos e tudo o resto que nos faz saltar. Mas também nos agarra e faz pegar no comando com o coração a 200.

É também bastante interessante ver a evolução do jogo desde o primeiro trailer.

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One reply on “Análise: Until Dawn

  • suporte ti florianopolis

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