Análise: Cat Quest 2

O primeiro Cat Quest tornou-se rapidamente um dos meus jogos favoritos. O ritmo rápido do jogo juntamente com uma jogabilidade muito divertida e gratificantes e um visual colorido e simplesmente o facto de ser um RPG focado em gatos fizeram do jogo algo que peguei e só larguei depois de o acabar e não ter absolutamente mais nada para fazer além de começar tudo de novo. Não sei se é o facto de ter jogado o primeiro Cat Quest à tão pouco tempo ou simplesmente porque o joguei, mas Cat Quest 2 não me deixou o mesmo impacto que o primeiro jogo deixou. Cat Quest 2 não deixa de ser um bom jogo, muito pelo contrário, é tão bom como o primeiro mas não o supera em praticamente nada. Há um foco maior no jogo cooperativo e o sistema de combate é mais elaborado mas no geral Cat Quest 2 é exatamente igual ao primeiro jogo, com o mesmo grafismo e jogabilidade, podendo facilmente ser confundido com o primeiro jogo mas a excepção de podermos alternar entre duas personagens neste.

Enquanto que o primeiro jogo se focava numa antiga raça de guerreiros que protegia o mundo dos dragões e falava dos antigos “mestres humanos”, Cat Quest 2 fala de dois reis, um gato e um cão que têm de trabalhar juntos para salvar o mundo de Felingrad. Esta improvável dupla tem de percorrer novos continentes juntos lutando contra o mal e recolhendo novos itens, magias e power ups. O combate simples mas gratificante do primeiro jogo está de volta.

É muitas vezes complicado melhorar um sistema simples sem o complicar mas os criadores de Cat Quest conseguiram pegar na formula do primeiro jogo e melhorar e aprofundar sem a tornar demasiado complicada. Tal como no jogo anterior temos o ataque e dodgle que tornam o combate tão rápido e divertido de jogar e as magias que podemos equipar para nos ajudarem a defender e atacar os inimigos mais resistentes a ataques físicos. O facto de agora termos duas personagens torna o sistema bem mais interessante já que podemos separar os dois em magia e ataques diretos, uma escolha que em termos de equipamento antes tinhamos de fazer, mas agora podemos simplesmente ter os dois tipos e ir mudando à medida que precisamos com o clique de um botão. Quando jogamos a solo a outra personagem simplesmente passa a ser controlada pela IA mas podemos jogar em coop e jogar tudo com um amigo.

Aquilo que infelizmente acontece quando um jogo é muito focado em coop é que este é normalmente curto. Existem jogos que podemos jogar cooperativamente e são longos mas normalmente o foco destes é o jogo a solo como Borderlands por exemplo, mas todos os jogos que conheço em que o modo coop é o principal são curtos e Cat Quest 2 é mais pequeno que o primeiro jogo, podendo ser terminado em uma ou duas sessões. Tendo em conta que para mim o primeiro Cat Quest tinha uma duração perfeita, não posso dizer o mesmo da sequela. Não posso discordar com a decisão já que é a única forma de garantir que o jogo é atrativo para jogar de uma ponta à outra com um amigo, mas para quem está a contar jogar a solo pode ser um problema.

Felizmente algumas coisas destacam-se pela positiva. O mundo de Felingrad por exemplo é muito mais variado do que o do primeiro jogo. Há mais tipos de ambientes e as cavernas e masmorras da sequela são bem mais interessantes, com desenhos mais variados e são mais longas do que as do jogo original. Existe um pequeno problema com os checkpoints do jogo que no primeiro jogo normalmente nos permitiam continuar uma quest praticamente no mesmo ponto em que morríamos quando isso acontecia. É um problema menor mas que complica as quests mais longas. Não é um problema mais grave pelo facto de este ser um jogo bastante acessível onde conseguimos dominar facilmente a jogabilidade. No primeiro jogo conseguia facilmente completar masmorras indicadas mais 10 níveis acima da minha personagem e isso não mudou muito aqui.

No primeiro jogo não era possível vender os itens que íamos recolhendo, com estes a irem acumulando no sistema de inventário muito básico do jogo. Sempre que apanhávamos um item repetido o jogo aumentava o nível deste. Este sistema mantém-se exatamente igual neste segundo jogo, mas com a diferença de que agora como temos duas personagens podemos ter mais uso para os itens que vamos apanhando.

Cat Quest 2 é um divertido RPG sobre gatos que sofre essencialmente do problema de ser praticamente igual ao jogo original. Quem jogou o primeiro à pouco tempo irá sentir isso ainda mais já que a jogabilidade e o grafismo mantém-se praticamente enalterado. O sentido de humor e história divertida estão tão bons como nos lembramos e é difícil não recomendar o jogo a todos que gostaram do primeiro, mas para os restantes não posso deixar de recomendar que comecem no jogo anterior.

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