Análise: Open Country

Um bom conceito pode ser meio caminho para um bom jogo, mas está longe de ser suficiente. Open Country começa realmente bem com o seu conceito, um jogo de sobrevivência que não se baseia num futuro apocalíptico ou sci-fi ou nada que realmente tenha sido feito até agora, mas sim apenas misturando conceitos de um jogo de caça com elementos de sobrevivência. A ideia de um jogo onde o jogador caça para sobreviver, numa espécie de escapadela da vida da cidade para uns dias longe de tudo onde até a comida temos que caçar é uma ideia simples mas com muito potencial.

Open Country é um jogo de sobrevivência num mundo aberto onde o jogador é um caçador. No jogo encontramos um homem chamado Gary numa zona de caça remoto e de quem recebemos uma série de tarefas e ao todo encontraremos cerca de 30 missões de história em Open Country. Podemos também ignorar tudo isso e pegar na nossa autocaravana e ir para uma das três áreas do jogo e fazer de Open Country um sandbox. Embora Open Country seja essencialmente um jogo de caça, é realmente um jogo de sobrevivência onde temos de nos preocupar com coisas como fome, sede e energia. Temos acesso a uma loja que vende itens de caça mas quando estivermos na selva, apenas podemos contar com a nossa capacidade de fabricar itens, remédios e abrigos.

Como um jogo de caça, Open Country infelizmente não é muito bom. Muitas das mecânicas centrais de um jogo de caça existem, como rastreamento, mascaramento de cheiros e chamadas de animais mas eles não têm grande importânica ou impacto na ação. As armas têm um sentimento arcade e por exemplo matar um coelho é o mesmo que matar um urso. Os animais são demasiado abundantes para termos de nos preocupar muito em rastreamento e a facilidade de matar os animais faz com que não seja necessário qualquer pensamento estratégico.

Mas então talvez os elementos de sobrevivência tornem isto melhor podem pensar vocês. Bem, a verdade é que não. Imaginem Conan Exiles mas retirem algo tão básico como cortar árvores, com a madeira apenas a poder ser recolhida e ficam com uma ideia das limitações de Open Country. Com o tempo o jogo vai-se tornando menos trabalhoso, mas o impacto inicial é de que jogar Open Country é um trabalho, com tudo a ser mais complicado do que devia. Não se trata de ser um jogo difícil, simplesmente injusto, cheio de condicionantes e não muito divertido de jogar. Também não ajuda que o jogo tenha dezenas e dezenas de bugs que quebram o pouco divertimento que podíamos ainda ter tendo em conta o que referi antes. Desde animais a desaparecerem, o pathfinding estar completamente quebrado até a pássaros a conseguirem empurrar o jogador de penhascos abaixo.

Open Country é um título ambicioso, mas sinceramente algo correu mal durante a execução. Não é sequer um jogo com bom aspeto, com muitos elementos a parecerem no mínimo estranhos. Os itens cosméticos que vamos desbloqueando são uma das poucas razões para continuar a jogar e também não são muito interessantes por exemplo. Existe aqui um grande mundo para caçar e explorar, mas a experiência de o fazer não é boa e isso seria bem mais importante do que um grande mundo aberto para explorar.

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