A SEGA anunciou o lançamento do SEGA Account, um sistema de contas unificado que promete centralizar a experiência dos seus jogadores. A novidade permite aos utilizadores registarem-se com contas Nintendo, PlayStation, Xbox e Steam, com integração futura planeada também para a Epic Games Store. Embora à primeira vista pareça apenas uma plataforma de fidelização, o movimento levanta sérias suspeitas de que a SEGA esteja a preparar terreno para lançar o seu próprio launcher.
Através do SEGA Account, os jogadores passam a ter acesso a recompensas exclusivas — como é o caso do fato alternativo de Kazuma Kiryu no recente Like a Dragon: Infinite Wealth, disponível para quem se registar até 7 de março de 2025. Para além disso, está prevista a implementação de funcionalidades adicionais como rastreamento de estatísticas de jogo, progressos e eventos especiais.
Mas o que mais chama a atenção neste anúncio é o seu potencial estratégico. Ao consolidar a base de utilizadores num sistema próprio, a SEGA cria as fundações ideais para um ecossistema mais fechado, controlado internamente — exatamente como fizeram a Ubisoft, a EA ou a Blizzard, cada uma com os seus launchers dedicados.
As declarações recentes do presidente da SEGA, Shuji Utsumi, à BBC, reforçam esta ideia. Utsumi admitiu que a empresa vê com bons olhos o mercado de serviços de subscrição e está aberta a explorar novos modelos digitais. A juntar a isto, há também o projeto “Super Game”, previsto para 2026, que poderá beneficiar diretamente de uma infraestrutura própria de distribuição.
Neste contexto, o SEGA Account parece ser muito mais do que uma simples conta universal: pode ser o primeiro passo de uma estratégia ambiciosa para retirar a SEGA da dependência das plataformas de terceiros. Um launcher SEGA, com todos os seus jogos, funcionalidades sociais, eventos e benefícios integrados, já não parece uma hipótese tão distante.
Num mercado onde as grandes editoras procuram cada vez mais controlar o acesso aos seus conteúdos e monetizar diretamente as suas comunidades, a SEGA parece estar, discretamente, a alinhar-se com esta tendência.
Resta saber quando — e como — vai dar o próximo passo.
