As recentes medidas comerciais impostas pelos Estados Unidos estão a provocar ondas de choque na indústria de videojogos, especialmente entre os gigantes japoneses como a Nintendo e a Sony. As novas tarifas, anunciadas pelo governo liderado por Donald Trump, visam cerca de 60 países que são considerados “infratores” nas relações comerciais com os EUA. O Japão, um dos alvos principais, enfrenta agora uma taxa de 24% sobre vários bens exportados para solo americano.
O impacto já se faz sentir de forma concreta. A Nintendo anunciou recentemente o adiamento das pré-encomendas da Nintendo Switch 2 nos Estados Unidos, que estavam previstas para começar no dia 9 de abril. A empresa citou “incertezas relacionadas com o comércio internacional” como razão principal para o adiamento.
A nova consola, que terá um preço base de 449,99 dólares, será lançada também num pacote com Mario Kart World por 499,99 dólares. O jogo, vendido separadamente, custará 79,99 dólares. No entanto, com os novos encargos alfandegários e a possibilidade de custos adicionais nos componentes produzidos no Vietname — outro país afetado pelas tarifas — os preços poderão sofrer alterações nos próximos meses.
A Sony, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o impacto direto destas tarifas nos seus produtos, nomeadamente nas consolas PlayStation. No entanto, analistas preveem que a empresa poderá ter de rever os preços dos seus produtos no mercado norte-americano, sobretudo se as taxas se mantiverem ou aumentarem.
O cenário atual lança uma sombra sobre o futuro próximo da indústria dos videojogos, especialmente no que toca às estratégias de lançamento e distribuição de hardware. Com os Estados Unidos a manterem uma postura cada vez mais protecionista, empresas como a Nintendo e a Sony terão de ajustar as suas operações para não perderem terreno num dos mercados mais importantes do mundo.
Por enquanto, os consumidores americanos são os que mais arriscam a sentir as consequências, com potenciais aumentos de preços e atrasos nos lançamentos. A médio prazo, estas medidas podem também ter impacto na inovação e no investimento em novos produtos, se as empresas forem forçadas a redirecionar recursos para lidar com as incertezas do mercado global.
