Introdução
The Redundant é um jogo de ação e aventura que coloca os jogadores no papel de CF5, um robô abandonado numa instalação misteriosa. O objetivo principal é enfrentar uma ameaça mecânica causada por um vírus que transformou os robôs da instalação em perigos mortais. Com uma narrativa envolvente, o jogo procura oferecer uma experiência intensa através de escolhas de design incomuns e uma jogabilidade que combina ação direta com momentos de furtividade. Contudo, estas escolhas nem sempre resultam numa experiência agradável, levantando questões sobre a execução das suas mecânicas.
Jogabilidade
A jogabilidade de The Redundant mistura elementos de um shooter de ação com mecânicas de furtividade. O foco principal está em movimentação e disparos simples, sem movimentos complexos ou habilidades avançadas. Embora isto torne o jogo acessível, pode limitar o seu apelo a longo prazo. Jogar com teclado e rato parece ser a melhor opção devido à precisão necessária para os disparos. Os recursos são extremamente limitados, obrigando o jogador a tomar decisões cuidadosas sobre como e quando usar munição. O sobreaquecimento da arma adiciona uma camada de estratégia, mas também pode ser frustrante em momentos de grande tensão, especialmente quando rodeado de inimigos. Comprar munição em terminais exige células obtidas de inimigos, mas o processo de compra é demorado, o que pode quebrar o ritmo do jogo.
A furtividade é uma alternativa para poupar recursos, mas as suas limitações tornam-na pouco confiável. Não existem indicações claras de quando um inimigo te vê, e muitas vezes serás detetado de forma inesperada. Além disso, inimigos como as aranhas explosivas podem surgir aleatoriamente, anulando qualquer tentativa de uma abordagem furtiva.
O sistema de energia do robô, que se esgota até com atividades básicas como caminhar, adiciona uma camada adicional de desafio, mas também frustra o jogador. Explorar ao ritmo desejado torna-se impossível, e a falta de energia pode levar à morte súbita, especialmente em situações de combate intensas.
Mundo e história
A história de The Redundant é apresentada de forma fragmentada, incentivando os jogadores a descobri-la aos poucos enquanto exploram a instalação. No entanto, a introdução é confusa e oferece pouca informação sobre o contexto. Sabemos apenas que CF5 é ativado após um evento estranho e que a instalação está dominada por um vírus que corrompeu os robôs.
Ao longo do jogo, pequenos detalhes ajudam a construir a narrativa, mas a execução deixa a desejar. A ausência de mapas ou orientações claras torna a exploração mais desafiadora do que deveria, dificultando a imersão no mundo. Apesar disso, a premissa tem potencial e cria um ambiente intrigante, mesmo que a sua execução seja imperfeita. A estrutura do jogo está dividida em secções, e o progresso é linear. Cada secção culmina normalmente num confronto com um boss, que, apesar de trazer alguma variedade, não consegue compensar os problemas gerais do design do jogo.
Grafismo
O grafismo de The Redundant contribui para criar uma atmosfera sombria e opressiva. A instalação onde o jogo decorre é escura e pouco iluminada, reforçando a sensação de perigo e mistério. Contudo, esta escolha de design também prejudica a jogabilidade, pois a visibilidade limitada torna difícil antecipar os inimigos ou encontrar itens importantes. Os modelos dos robôs são variados e apresentam um bom nível de detalhe, mas o design dos ambientes é repetitivo. A falta de diversidade visual nas áreas exploradas reduz o impacto da atmosfera, tornando o progresso menos interessante do que poderia ser. Apesar de os efeitos visuais cumprirem o seu papel, não há nada de verdadeiramente impressionante no aspeto gráfico do jogo. A apresentação é funcional, mas carece de polimento para se destacar em comparação com outros títulos do género.
Som
O design sonoro de The Redundant tenta complementar a sua atmosfera sombria, mas acaba por ser mediano. Os efeitos sonoros, como disparos e explosões, são adequados, mas carecem de impacto. Os sons dos inimigos, que poderiam ajudar na imersão, tornam-se repetitivos ao longo do tempo. A banda sonora é discreta e pouco memorável, servindo apenas como um pano de fundo para as ações do jogador. Embora isto possa ser intencional para não desviar a atenção da jogabilidade, a falta de faixas marcantes torna a experiência sonora genérica. O som ambiente, por outro lado, faz um trabalho razoável em criar uma sensação de isolamento e tensão, mas não é suficiente para elevar a experiência global do jogo.
Conclusão
The Redundant é um jogo com boas ideias, mas a sua execução deixa muito a desejar. A combinação de ação e furtividade, aliada a uma história intrigante, poderia resultar numa experiência memorável. Contudo, problemas como a falta de polimento nas mecânicas de jogo, limitações frustrantes no sistema de energia e munição, e um design de níveis pouco inspirado acabam por prejudicar significativamente o título. Embora alguns jogadores possam encontrar algum charme na sua dificuldade e atmosfera, a maioria poderá sentir-se frustrada pelas escolhas de design que muitas vezes parecem punir o jogador em vez de o desafiar. Apesar de alguns upgrades ao longo do jogo melhorarem ligeiramente a experiência, o fator diversão permanece limitado. The Redundant é um exemplo de um jogo com potencial desperdiçado. Para quem procura um desafio e está disposto a superar as suas falhas, pode oferecer alguma diversão. No entanto, para a maioria, será uma experiência que não se destaca no género de ação e aventura.
