Rogue Point é o novo projeto da Crowbar Collective, estúdio responsável pelo aclamado remake Black Mesa. Agora, afastando-se do universo de Half-Life, o estúdio apresenta um shooter cooperativo roguelite, com suporte para até quatro jogadores. Disponível em formato demo no Steam Next Fest, o jogo convida os jogadores a enfrentarem missões intensas e imprevisíveis contra forças mercenárias de elite. Com um forte foco em trabalho de equipa, estratégia e personalização, Rogue Point apresenta-se como uma aposta sólida num género cada vez mais competitivo.
Jogabilidade
A jogabilidade de Rogue Point apoia-se numa base roguelite, em que cada missão é única graças a um sistema paramétrico de design que altera constantemente o layout dos mapas. A estrutura do jogo obriga os jogadores a planear em equipa, adaptar-se rapidamente a novos desafios e utilizar o arsenal disponível da forma mais eficiente possível. Inicia-se cada missão apenas com uma pistola e um colete à prova de balas, sendo essencial ganhar dinheiro e recursos para investir em armas, equipamentos e melhorias. A progressão é sentida tanto a nível individual como coletivo, com o jogo a recompensar a coordenação entre os membros da equipa.
Um dos destaques está no sistema de risco vs recompensa. Antes de cada missão, os jogadores podem apostar em Dead Drops, caixas de equipamento que podem conter armas únicas e poderosas, mas cujo acesso implica perigos adicionais. A personalização também está bem presente, com mais de 20 armas disponíveis, dezenas de acessórios táticos, skins e itens cosméticos. A jogabilidade é acessível o suficiente para acolher novatos, mas oferece profundidade e exigência para quem procura um desafio mais complexo.

Mundo e história
Rogue Point transporta-nos para um futuro distópico onde os CEOs mais poderosos do planeta caíram, e agora as corporações lutam pelo controlo usando forças privadas contratadas através de uma aplicação chamada MERX. Neste cenário caótico, nasce o Rogue Point, um grupo independente de vigilantes que decide enfrentar os mercenários destas corporações em missões perigosas e quase suicidas. A narrativa é simples, mas eficaz o suficiente para justificar a ação contínua e as batalhas contra diferentes tipos de inimigos. Há um antagonista de destaque, o temido 5 Star Merc, uma figura misteriosa e extremamente perigosa que serve como objetivo final de muitas campanhas.
O jogo inclui uma campanha composta por missões espalhadas por quatro locais distintos: um aeroporto, um centro comercial, um escritório e uma plataforma petrolífera. Estes cenários, embora genéricos à primeira vista, ganham vida graças ao sistema dinâmico que altera o posicionamento de inimigos, objetivos e obstáculos em cada nova partida.
Grafismo
Visualmente, Rogue Point não procura realismo absoluto, mas opta por uma estética funcional com um toque de estilo futurista e industrial. Os ambientes são bem delineados, com boa visibilidade e contrastes adequados que facilitam a leitura do campo de batalha. As animações dos personagens, especialmente dos inimigos, são competentes, com destaque para os comportamentos distintos de cada classe de mercenário. No entanto, algumas críticas iniciais apontam para a sensação insatisfatória ao disparar armas, algo que poderá ser ajustado em atualizações futuras. A interface é limpa e intuitiva, servindo bem o propósito de um jogo tático com elementos de roguelite.

Som
O som em Rogue Point acompanha bem o ritmo do jogo, com efeitos satisfatórios nos tiros, explosões e interações com o ambiente. O design sonoro contribui para a tensão constante, especialmente em situações onde a equipa se vê cercada ou quando um sniper inimigo revela a sua posição através de um laser mortal. A música, embora discreta, ajuda a manter o ritmo da ação e não interfere com a comunicação entre jogadores, algo essencial num jogo que valoriza a cooperação. Há espaço para melhorias na variedade sonora e feedback de certas armas, mas o conjunto sonoro está à altura da proposta.
Conclusão
Rogue Point mostra-se uma aposta promissora da Crowbar Collective num género exigente. A combinação de tiroteios cooperativos, estrutura roguelite e forte personalização oferece uma experiência desafiante, viciante e com enorme potencial de rejogabilidade. A narrativa, embora simples, encaixa bem no ambiente futurista de guerra corporativa, e os mapas variados contribuem para manter a ação sempre fresca. Ainda há arestas a limar, especialmente na resposta das armas e na fluidez de movimentos, mas a base está sólida. Para quem procura um shooter cooperativo com enfoque estratégico e progressão constante, Rogue Point é definitivamente um título a seguir de perto.