Diamond Hands: To The Moon é um jogo desenvolvido pela Terror Dog Studio e publicado pela Ultimate Games, lançado originalmente para PC e Mac em 2021. Agora, o título chega também à Nintendo Switch, Xbox Series X|S e Xbox One, trazendo a sua proposta simples, mas desafiante, a um público mais vasto. Trata-se de um jogo de plataformas em 2D com scroll lateral, onde o objetivo é, literalmente, saltar até à lua. Embora a premissa possa parecer básica, a sua jogabilidade exige uma precisão quase perfeita, tornando-se um verdadeiro teste de paciência e habilidade.
Não existe uma narrativa propriamente dita, mas o jogo faz várias referências humorísticas ao mundo da bolsa e dos investimentos, incluindo memes e cenários inspirados em Wall Street. O jogador controla um homem de negócios anónimo que só pode mover-se para a esquerda, para a direita e saltar, com a missão de subir continuamente, plataforma após plataforma, sem cair. À primeira vista, parece simples, mas na prática, alcançar a lua é uma tarefa extremamente desafiante.
Jogabilidade
A jogabilidade de Diamond Hands: To The Moon é minimalista, mas altamente viciante. O controlo do salto é a mecânica central do jogo, e é aqui que reside a maior dificuldade. Ao contrário de muitos outros jogos de plataformas, não é possível alterar a direção no ar depois de saltar. O jogador tem de segurar o botão de salto durante o tempo certo para determinar a altura exata, e qualquer erro, por menor que seja, pode resultar numa queda catastrófica até ao início do nível.
As plataformas apresentam diferentes tamanhos e formas. Algumas são largas e fáceis de alcançar, enquanto outras são minúsculas, exigindo precisão absoluta. Existem ainda plataformas inclinadas que devem ser evitadas, pois fazem com que o jogador deslize para baixo, muitas vezes regressando a zonas iniciais. Este design cria uma sensação constante de risco e recompensa, transformando cada salto numa decisão crítica. É um daqueles jogos que provocam frustração intensa, mas também uma enorme satisfação quando se consegue progredir.
Embora exista apenas um nível, este é dividido em várias secções temáticas, cada uma com os seus próprios desafios e visuais distintos. O jogo também inclui um modo cooperativo para dois jogadores em ecrã dividido, que, apesar do nome, acaba por funcionar mais como uma competição para ver quem consegue chegar mais alto primeiro. A versão PC ainda oferece multijogador online, mas esta funcionalidade não está disponível nas consolas, o que é uma pena, pois poderia aumentar bastante a longevidade do jogo.

Mundo e história
Não existe uma narrativa estruturada em Diamond Hands: To The Moon, mas o jogo compensa isso com humor visual e referências culturais. O percurso até à lua passa por cenários variados, começando em Wall Street, com elementos que parodiam o mundo financeiro, e avançando por ambientes com robôs, memes populares como o famoso Stonks e até referências ao mercado de consolas. Cada secção é como uma pequena piada visual, mantendo o jogador curioso para descobrir o que virá a seguir.
O design das zonas funciona como uma motivação adicional para continuar a subir, mesmo sem uma história tradicional. Há uma sensação de progresso visual que ajuda a quebrar a monotonia de um único nível contínuo. Quando finalmente se chega à lua, a recompensa não está apenas na conclusão do desafio, mas também na satisfação de ver como todo o percurso foi construído.
Grafismo
O jogo aposta num estilo retro de 8 bits, simples mas eficaz. As cores são vivas e os cenários estão bem definidos, oferecendo variedade suficiente para que cada secção se destaque. As plataformas são destacadas por um contorno brilhante, o que evita confusões entre os elementos interativos e o fundo, algo essencial num jogo onde a precisão é tudo.
Embora o grafismo não impressione em termos técnicos, o seu charme reside na nostalgia que evoca e na clareza visual que proporciona. Cada cenário tem uma identidade própria, o que mantém o jogo visualmente interessante durante toda a ascensão.

Som
A banda sonora segue o mesmo estilo retro, com músicas cativantes que se adaptam a cada nova secção do jogo. As faixas têm um toque reminiscentes da era dos 16 bits, combinando perfeitamente com os visuais de 8 bits. A música consegue manter o jogador motivado, mesmo durante os momentos mais frustrantes, o que é fundamental num jogo deste género.
Como toque final, ao chegar à lua, é reproduzida uma versão limpa da música To The Moon, da banda The Gorillionairez, durante os créditos. É uma recompensa simples, mas eficaz, que encerra a experiência de forma satisfatória.
Conclusão
Diamond Hands: To The Moon é um jogo que sabe exatamente o que quer ser. A sua proposta é simples: saltar até à lua, ultrapassando desafios cada vez mais difíceis, e oferece uma experiência divertida e viciante para quem aprecia jogos que testam a paciência e a habilidade. É ideal para speedrunners e para quem gosta de jogos competitivos entre amigos, especialmente no modo cooperativo.
No entanto, a falta de conteúdo adicional além do nível principal e a ausência de multijogador online nas consolas limitam a sua longevidade. O preço pode parecer um pouco elevado para o que oferece, sendo fácil imaginar este jogo como uma aplicação gratuita para telemóvel com anúncios.
Ainda assim, para quem gosta de jogos desafiantes e tem prazer em superar obstáculos com precisão cirúrgica, Diamond Hands: To The Moon consegue proporcionar momentos de frustração e triunfo em igual medida. Se tiverem paciência e nervos de aço, a subida até à lua pode revelar-se uma experiência surpreendentemente recompensadora.