Eon Altar: Episode 2 – Whispers in the Catacombs dá continuidade à aventura iniciada no primeiro episódio, mergulhando os jogadores num ambiente mais sombrio e perigoso. Este é um RPG cooperativo por turnos que apresenta uma abordagem inovadora ao utilizar smartphones como comando para gerir as personagens. Desenvolvido pela Flying Helmet Games, o jogo promete uma experiência de role-playing autêntica, inspirada em Dungeons & Dragons, onde a narrativa e a interação entre jogadores têm um papel fundamental. Apesar de não trazer grandes inovações em relação ao primeiro episódio, Whispers in the Catacombs expande a história e oferece novos desafios aos jogadores.
Jogabilidade
A jogabilidade de Eon Altar baseia-se num sistema de turnos onde cada jogador controla uma personagem através de uma aplicação no smartphone. Esta aplicação permite movimentar a personagem, atacar, utilizar habilidades, gerir o inventário e distribuir pontos de estatísticas. No início, o controlo pode parecer pouco intuitivo, mas com o tempo torna-se natural. A movimentação funciona através de um cursor que é arrastado no ecrã do smartphone, sendo depois refletido no jogo, o que pode parecer estranho mas acaba por funcionar bem.
O combate decorre em duas fases distintas, a vez dos inimigos e a vez dos jogadores. Uma das particularidades do sistema de combate é que todos os jogadores podem agir simultaneamente, o que permite ataques coordenados ou, caso a comunicação falhe, erros que podem prejudicar a equipa. Muitas vezes, os jogadores acabam por se ferir uns aos outros ao ficarem dentro da área de efeito de ataques aliados. Apesar deste problema inicial, o combate torna-se gratificante, com um sistema de habilidades e ataques básicos que requerem alguma estratégia. Os pontos de habilidade são ganhos ao realizar ações como atacar ou assumir uma postura defensiva, tornando a gestão destes recursos essencial.

Mundo e história
A história deste episódio inicia-se imediatamente após o final do primeiro. As personagens descem às catacumbas de Tarnum para investigar uma presença maligna que assombra a cidade. Ao contrário do primeiro episódio, onde a maioria dos inimigos eram bandidos, aqui os jogadores enfrentam mortos-vivos, necromantes e outras criaturas sobrenaturais, o que torna os confrontos mais variados e interessantes. A forma como a narrativa é apresentada continua a ser um dos aspetos mais originais do jogo. Enquanto os NPCs possuem vozes gravadas, são os jogadores que devem interpretar os diálogos das suas personagens, pois as falas aparecem no ecrã do smartphone. Isto incentiva a um maior envolvimento na história e reforça a experiência de role-playing, embora dependa da disposição dos jogadores para a imersão. O enredo não se destaca pela originalidade, mas funciona bem dentro do contexto de um RPG clássico, com reviravoltas e momentos de decisão que podem influenciar o desenrolar da aventura.
Grafismo
Visualmente, Eon Altar tem uma direção artística competente, mas que não se destaca no mercado atual. O design dos cenários é detalhado e adequado ao tom sombrio do episódio, criando uma atmosfera imersiva. No entanto, existem alguns problemas técnicos, como texturas que piscam devido a clipping, o que pode quebrar a imersão. Apesar destes pequenos problemas, o jogo consegue transmitir bem a sensação de estar num mundo de fantasia medieval. As animações são satisfatórias, mas podiam ser mais fluidas, especialmente nas sequências de combate. Ainda assim, para um jogo indie, o grafismo é competente e cumpre a sua função sem comprometer a jogabilidade.

Som
A banda sonora de Eon Altar cumpre bem o seu papel, ajudando a criar uma atmosfera envolvente sem se tornar repetitiva. Os efeitos sonoros são bem implementados, tornando os combates mais dinâmicos e dando peso aos ataques e feitiços. A dublagem dos NPCs é de qualidade, o que melhora a imersão na narrativa. No entanto, como os jogadores são responsáveis por dar voz às suas personagens, a experiência pode variar bastante consoante o nível de envolvimento de cada um.
Conclusão
Eon Altar: Episode 2 – Whispers in the Catacombs é uma continuação competente do primeiro episódio, oferecendo mais desafios, novos inimigos e um ambiente mais sombrio. A jogabilidade baseada no uso de smartphones continua a ser inovadora, mas pode ser um obstáculo para alguns jogadores que prefiram um esquema de controlo mais tradicional. O combate por turnos é envolvente e satisfatório, embora exija comunicação entre os jogadores para evitar erros táticos. A narrativa, embora não seja especialmente original, é bem executada e beneficia do formato cooperativo, incentivando os jogadores a participarem ativamente na interpretação das personagens. O grafismo e o som cumprem o seu papel, apesar de algumas falhas técnicas que poderiam ser corrigidas com um maior polimento. No geral, Eon Altar continua a ser uma experiência interessante e diferente dentro do género de RPGs por turnos. Apesar da curta duração, o jogo incentiva a rejogabilidade com diferentes personagens e abordagens. Para quem procura um RPG cooperativo com uma abordagem inovadora e não se importa com algumas arestas por limar, Whispers in the Catacombs é uma boa opção.