Análise: Tetsumo Party

Tetsumo Party é um jogo de festa desenvolvido e publicado pela Monster Couch, lançado para PlayStation 4, Xbox One, PC e Nintendo Switch a 26 de julho de 2019. Inspirado num popular programa japonês, o jogo desafia os jogadores a posicionarem as suas personagens para encaixarem em formas que se aproximam, um conceito semelhante a um Tetris humano. O objetivo é simples e a jogabilidade acessível, mas será que tem profundidade suficiente para manter o interesse a longo prazo?

Jogabilidade

A mecânica central de Tetsumo Party é direta: cada jogador controla uma personagem e tem de ajustar os seus braços e pernas para corresponder às formas que surgem. Os controlos são limitados a quatro botões: L e R para os braços, ZL e ZR para as pernas. Cada botão permite algumas variações de posição, como dobrar o braço a 90º ou esticá-lo completamente. Com as pernas, as opções incluem mantê-las direitas, dobrá-las ou realizar um espacato no chão. Para aumentar a pontuação, os jogadores podem pressionar um botão adicional para acelerar a chegada da forma, mas isso também reduz o tempo disponível para reagir. À medida que se avança no jogo, é possível desbloquear novas personagens, como um ninja sumo, um panda, uma múmia e até Cleópatra. Cada personagem tem desafios específicos que, ao serem completados, recompensam o jogador com sushi, usado para desbloquear mais conteúdo. Apesar de ser fácil de aprender, o jogo pode tornar-se frustrante devido à forma como os controlos estão implementados. As posições das personagens só podem ser ajustadas numa única direção, o que significa que, se um jogador pressionar o botão errado, terá de percorrer todas as opções antes de regressar à posição desejada. Isto torna o jogo mais desafiante do que deveria ser, sobretudo em momentos que exigem reações rápidas.

Mundo e história

Tetsumo Party não tem propriamente uma narrativa, mas inspira-se num conceito bastante popular na cultura japonesa. O jogo baseia-se num antigo programa de televisão japonês em que os participantes tinham de encaixar os seus corpos em formas que se aproximavam através de uma passadeira. O jogo tenta recriar essa experiência de forma exagerada e cómica, apresentando personagens improváveis e situações absurdas. Entre as rondas, um empregado de mesa aparece para oferecer itens como sushi, que permite desbloquear novas personagens, saqué, que deixa os jogadores atravessar paredes, e um relógio que pausa o tempo para dar mais margem de manobra. Estes elementos ajudam a quebrar a monotonia do jogo, mas não chegam para criar uma verdadeira sensação de progressão ou novidade. O jogo não oferece níveis com objetivos distintos ou uma campanha com desafios variados, o que faz com que a experiência se torne repetitiva rapidamente. A única motivação para continuar a jogar é desbloquear personagens e tentar bater recordes pessoais, algo que pode não ser suficiente para manter os jogadores interessados a longo prazo.

Grafismo

O grafismo de Tetsumo Party é simples, mas funcional. As personagens são modeladas de forma caricatural, com estilos distintos que vão desde o clássico sumo japonês até figuras históricas completamente fora de contexto, como Cleópatra. Embora o design das personagens seja interessante, a qualidade das animações varia bastante. Algumas personagens, como o sumo e o samurai, têm modelos mais rígidos e menos detalhados, enquanto outras, como Cleópatra, apresentam animações mais suaves e um aspeto mais polido. Essa inconsistência pode ser um pouco estranha, mas não compromete significativamente a experiência. Os cenários são minimalistas e pouco variados, funcionando apenas como um pano de fundo sem grande impacto na jogabilidade. O jogo aposta numa paleta de cores vivas e num estilo artístico cartoon, que encaixa bem no tom leve e descontraído da experiência. No entanto, depois de algumas sessões, torna-se evidente que falta diversidade visual para manter o jogo interessante a longo prazo.

Som

A banda sonora de Tetsumo Party não se destaca particularmente, servindo apenas como um acompanhamento genérico para a ação. Os efeitos sonoros, por outro lado, podem tornar-se irritantes ao fim de algum tempo. Um dos aspetos mais criticáveis do jogo é a forma como utiliza vozes e sons que tentam emular uma estética japonesa, mas acabam por soar estereotipados e pouco autênticos. Embora não sejam ofensivos, acabam por ser mais aborrecidos do que engraçados. O jogo poderia beneficiar de uma maior variedade de faixas musicais e de efeitos sonoros mais equilibrados, especialmente tendo em conta que é um título pensado para ser jogado em sessões curtas e repetitivas. Um maior cuidado neste aspeto teria ajudado a criar uma experiência mais envolvente e menos cansativa.

Conclusão

Tetsumo Party é um jogo de festa com um conceito simples e divertido, mas que funciona melhor em pequenas doses. A sua jogabilidade acessível e o humor absurdo tornam-no numa opção interessante para jogar com amigos, mas os controlos pouco intuitivos e a falta de variedade acabam por limitar a longevidade da experiência. O jogo entrega exatamente o que promete: um título caótico e descontraído para sessões curtas de diversão. No entanto, a ausência de um verdadeiro sentido de progressão, aliada à repetitividade da jogabilidade e à inconsistência gráfica, faz com que seja difícil recomendá-lo como um jogo essencial para festas. Se procuras um jogo simples para rir durante algum tempo com amigos, Tetsumo Party pode ser uma opção aceitável. No entanto, se esperas um jogo de festa mais refinado e equilibrado, há outras opções mais completas no mercado.

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