Don’t Die, Minerva! é um RPG de ação rogue-lite que coloca os jogadores no papel de Minerva, uma rapariga de 11 anos que se vê presa numa mansão assombrada. Com uma lanterna e uma mochila cheia de peluches mágicos, Minerva deve enfrentar hordas de inimigos sobrenaturais enquanto explora os diferentes pisos da mansão. Com um sistema de progressão que recompensa a persistência e uma jogabilidade desafiante, Don’t Die, Minerva! tenta oferecer uma experiência equilibrada entre a dificuldade de um rogue-lite e a acessibilidade de um jogo de ação. No entanto, apesar do seu charme, o jogo acaba por ter problemas que impedem que brilhe como deveria.
Jogabilidade
A jogabilidade de Don’t Die, Minerva! baseia-se num sistema twin-stick shooter onde a lanterna de Minerva é a principal arma contra os inimigos. A iluminação não só causa dano aos fantasmas, como também permite interagir com o ambiente e revelar segredos escondidos. Para além da lanterna, Minerva pode contar com a ajuda dos seus peluches encantados, que funcionam como torres defensivas e atacam automaticamente os inimigos. Estes elementos dão alguma profundidade à jogabilidade, obrigando o jogador a manter-se em movimento e a posicionar-se estrategicamente durante os combates. A estrutura rogue-lite significa que cada tentativa resulta na recolha de essência, utilizada para desbloquear melhorias permanentes. No entanto, a progressão pode ser frustrante, pois o jogo tem um ritmo de desbloqueios relativamente lento, com poucos cristais de melhoria atribuídos por cada tentativa. A dificuldade também se torna inconsistente, com algumas secções surpreendentemente fáceis e outras que se tornam um verdadeiro teste de paciência. Pior ainda, há relatos de bugs que impedem o progresso, o que num jogo deste género pode ser fatal para a experiência do jogador.

Mundo e história
A premissa de Don’t Die, Minerva! é simples e direta: uma rapariga encontra uma mansão assombrada e precisa de lutar para sair de lá. A história não se desenvolve muito para além disso, servindo apenas como contexto para a exploração da casa. Apesar de existirem algumas personagens que ajudam Minerva ao longo da jornada, não há um grande esforço para criar um enredo envolvente. A progressão no jogo baseia-se na exploração de salas geradas aleatoriamente, onde o objetivo principal é sobreviver e derrotar inimigos. Este sistema dá alguma longevidade ao jogo, garantindo que cada tentativa seja ligeiramente diferente da anterior. No entanto, sem uma história mais rica para motivar o jogador, o loop de jogo pode tornar-se repetitivo ao fim de algumas horas.
Grafismo
Visualmente, Don’t Die, Minerva! tem um estilo colorido e apelativo que contrasta com o tema de terror. Os modelos das personagens e inimigos são bem desenhados, e os efeitos de luz da lanterna adicionam um toque especial à atmosfera do jogo. A iluminação dinâmica funciona bem para criar ambientes sombrios sem comprometer a visibilidade do jogador. No entanto, apesar do estilo visual interessante, a variedade de cenários deixa a desejar. A maioria das salas da mansão acaba por parecer demasiado semelhante, tornando a exploração menos emocionante do que poderia ser. Além disso, a falta de animações mais detalhadas nos inimigos e na protagonista faz com que os combates pareçam um pouco mecânicos.

Som
A banda sonora de Don’t Die, Minerva! encaixa bem no tema sobrenatural do jogo, oferecendo músicas discretas mas atmosféricas. Os efeitos sonoros também cumprem o seu papel, com ruídos fantasmagóricos e efeitos de luz que ajudam a criar uma ambientação envolvente. Infelizmente, tal como acontece com o grafismo, a variedade sonora também é limitada, levando a alguma repetição ao longo do tempo.
Conclusão
Don’t Die, Minerva! é um jogo com uma boa base e ideias interessantes, mas que sofre de problemas técnicos e falta de variedade para se destacar verdadeiramente no género rogue-lite. A jogabilidade tem potencial e a combinação entre a lanterna e os peluches encantados dá ao jogo um toque original. No entanto, o ritmo lento de progressão, os bugs e a repetição de cenários e sons acabam por afetar a experiência a longo prazo. Para quem gosta de rogue-lites e procura um jogo com uma estética mais leve, Don’t Die, Minerva! pode ser uma opção interessante, especialmente se for jogado em pequenas sessões. No entanto, enquanto os problemas não forem resolvidos, é difícil recomendá-lo sem reservas.