Análise: Fishing: North Atlantic

Os jogadores de simuladores são um publico muito exigente. Normalmente são jogadores mais velhos e que procuram o realismo acima de tudo e os criadores destes jogos sabem disso e preocupam-se em criar cada vez jogos mais avançados. Fishing: North Atlantic é um desses jogos, com um nível de detalhe impressionante onde desde criar rotas, a perceber os padrões das várias espécies de peixe e até a ler e antever condições climatérias, são tudo factores essenciais. Situado na Nova Escócia no Canadrá, o jogo oferece um ambiente de mundo aberto e um ritmo lento de progressão. Fishing: North Atlantic tem mais de 25 embarcações à escolha e a simulação permite que nenhuma sessão seja igual.

Fishing North Atlantic é a continuação de Fishing Barents Sea, ambos da Misc Games, mas que se passava nos arredores da Noruega. Se o jogo anterior tinha paisagens bonitas, o mesmo se aplica à Nova Escócia. Fishing: North Atlantic no entanto entra na mesma categoria de jogos para um nicho, já que não há nada aqui que o torne apelativo a jogadores casuais e sem interesse no tema da pesca. Fishing North Atlantic testa a paciência dos jogadores já que não é possível fazer nada rápido, com a excepção de um recurso que oferece viagens rápidas, mas onde ainda precisamos chegar ao destino primeiro.

No jogo os jogadores têm de pescar a sua cota e não ultrapassá-la, para não serem multados e porque a pesca excessiva é errada. Começamos com um pequeno barco de pesca e pode expandir à medida que progredimos no jogo e ganhamos dinheiro no mercado. Os primeiros passos resumem-se a dominar a arte de arpoar, algo que é realmente difícil de fazer num barco em constante movimento. Depois disso temos todas as artes da pesca que costumamos ver nos canais de documentários, já que se forem como eu esse será o único contacto que têm com esta nobre arte. Os nerds da pesca estarão familiarizados com as embarcações, espécies e de tudo um pouco do que está presente no jogo, mas para os restante tudo soará estranho.

Fishing: North Atlantic tem excelentes físicas do oceano, não estejam à espera de navegar o vosso barco como se fosse um jogo de corridas ou GTA, aqui a própria navegação é complicada, mesmo que o jogo não tenha naufrágios pelos vistos. O realismo faz com que, como um jogo, Fishing North Atlantic seja problemático porque as ondas estão continuamente a mover-se e o mesmo acontece com o navio. Quando se está a tentar apontar com a mira ou pelo menos permanecer próximo da cota, pode ser um pouco complicado e requer paciência. Mas a pesca sempre foi uma questão de paciência e seria um insulto para a indústria se um simulador simplificá-se tudo demasiado e desse a ideia de que a pesca é algo fácil.

Em Fishing: North Atlantic só podemos pescar uma espécie se estiver na estação, o que torna essencial o planeamento prévio do ano à medida que avançamos no jogo. Mas o planeamento vai mais além já que temos de adaptar a nossa estratégia de acordo com o resultado da pesca. As multas são muito reais no jogo e temos que ter em consideração o quão difícil é também processar, armazenar e vender os peixe. As multas não se ficam pela pesca em excesso já que também somos penalizados se acelerarmos nas docas. Entrar no porto é outro jogo em si. Aqui podemos pedir dinheiro emprestado ao banco, contratar novos funcionários, comprar novos equipamentos,obter dicas sobre os melhores pontos de pesca e o mais importante, vender o peixe.

Fishing: North Atlantic não é de todo um jogo para mim, no entanto há um publico alvo para ele. A dose de simulação é muito elevada e acaba por sacrificar o aspeto “jogo” de Fishing: North Atlantic, mas esse é também um aspeto que o publico alvo não está à procura.

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