Tabletop Gods é um jogo de estratégia acessível que transporta o conceito de um jogo de tabuleiro para o ambiente digital. Apesar de ainda estar em acesso antecipado, apresenta uma base sólida com mecânicas bem implementadas e uma direção artística que o distingue. O jogo coloca os jogadores no papel de uma entidade superior, observando o campo de batalha de uma perspetiva elevada e comandando unidades em escaramuças curtas e dinâmicas. O objetivo é simples: destruir o maior número possível de fortalezas inimigas dentro de um tempo limite.
A jogabilidade tem um foco mais acessível em comparação com outros jogos de estratégia em tempo real, permitindo que qualquer jogador entre rapidamente na ação sem uma curva de aprendizagem demasiado acentuada. Tabletop Gods também oferece suporte para realidade virtual, o que aumenta a imersão, embora a experiência principal não dependa desse modo. A abordagem arcade e a combinação de elementos de tower defense e estratégia tradicional tornam-no um título interessante para quem procura algo mais rápido e dinâmico dentro do género.
Jogabilidade
O jogo oferece diferentes modos, incluindo escaramuças locais e online, bem como um modo single-player chamado Trials. Neste modo, os jogadores enfrentam desafios que vão desde a destruição de fortalezas até à eliminação de unidades específicas dentro de um limite de tempo. A progressão é gradual, permitindo que os jogadores se adaptem às mecânicas sem grandes dificuldades. A jogabilidade baseia-se na gestão de mana, necessária para convocar unidades e utilizar feitiços. Cada unidade tem pontos fortes e fracos, obrigando os jogadores a escolher cuidadosamente quais enviar para o campo de batalha consoante as situações. O controlo é simples, utilizando apenas o rato para posicionar tropas e ativar habilidades, mas existem atalhos para acelerar as ações. Apesar da acessibilidade, a falta de profundidade nas mecânicas pode tornar-se um problema para jogadores que procuram um desafio estratégico mais complexo.
Outro ponto a destacar é a ausência de um verdadeiro controlo sobre as unidades depois de implantadas, fazendo com que o jogo se assemelhe mais a um tower defense do que a um verdadeiro jogo de estratégia em tempo real. Esta simplicidade pode ser um atrativo para alguns, mas limita a liberdade estratégica para quem gosta de maior controlo sobre as tropas.

Mundo e história
Tabletop Gods não foca a sua experiência em narrativa, preferindo concentrar-se na jogabilidade e na identidade visual. O jogo permite que os jogadores escolham entre três facções distintas: Humanos, Mortos-Vivos e Demónios. Cada uma delas tem um estilo de jogo ligeiramente diferente e conta com unidades específicas, mas as diferenças não são tão profundas quanto seria desejável. Cada facção tem um tabuleiro tematicamente adequado ao seu estilo. O tabuleiro dos Mortos-Vivos, por exemplo, apresenta um ambiente sombrio com pântanos venenosos e torres assombradas. Embora a ambientação seja bem conseguida, falta contexto narrativo que dê motivação adicional para o jogador se envolver com o universo do jogo. Sem uma campanha ou um modo história, a experiência acaba por ser mais focada na competição e menos na imersão.
Grafismo
Visualmente, Tabletop Gods aposta numa estética colorida e estilizada que evoca a era da PlayStation 1, com ambientes compostos por formas simples e cores pastel. A direção artística é um dos seus pontos fortes, proporcionando um aspeto divertido e distinto. Elementos como o canhão de caixões e as unidades de Mortos-Vivos que atacam ao lançar pedaços do próprio cérebro reforçam o tom humorístico do jogo. Apesar da direção artística forte, os efeitos visuais são básicos, com iluminação rudimentar e poucas opções para personalização gráfica. Pequenos detalhes como efeitos de água e condições meteorológicas adicionam variedade, mas não elevam significativamente a qualidade visual. Em VR, a imersão deve ser mais marcante, mas no modo padrão, o grafismo serve apenas para criar um ambiente coerente sem impressionar tecnicamente.

Som
A banda sonora de Tabletop Gods encaixa-se bem no género, com temas que remetem para batalhas de fantasia. Embora não seja particularmente memorável, a música cumpre o seu papel ao criar uma atmosfera adequada. Os efeitos sonoros também são funcionais, sem grande destaque. A exceção é a voz do locutor, inspirada nos jogos de tiros clássicos como Quake e Unreal Tournament. A entoação poderosa dá uma sensação de impacto aos acontecimentos do jogo, reforçando a identidade arcade de Tabletop Gods.
Conclusão
Tabletop Gods é um jogo de estratégia que aposta na acessibilidade e na jogabilidade rápida para atrair um público mais casual dentro do género. A sua abordagem simples e intuitiva permite que qualquer jogador se familiarize rapidamente com as mecânicas, tornando-se uma opção viável para quem quer experimentar jogos de estratégia sem se sentir sobrecarregado.
Contudo, a falta de profundidade e variedade limita a longevidade do jogo. Com apenas três facções, um número reduzido de mapas e modos de jogo, a experiência pode tornar-se repetitiva ao fim de algumas horas. Jogadores experientes no género podem achar o desafio pouco estimulante, enquanto novatos podem encontrar aqui um ponto de entrada acessível para jogos de estratégia. Com mais facções, modos e opções de personalização, Tabletop Gods poderia destacar-se mais dentro do mercado. Como está, é uma experiência divertida mas limitada, servindo mais como uma introdução ao género do que como um título essencial para os fãs de estratégia.