Análise: Midnight Caravan

Midnight Caravan é uma daquelas aventuras clássicas que podíamos encontrar na forma de livro há muitos muitos anos. É uma história interactiva do género “escolha a sua própria aventura” que coloca os jogadores nos arredores de Roma depois da ocupação francesa. Seguimos principalmente um vagabundo sem nome que lidera um grupo de patifes que tenta de tudo para ganhar algum dinheiro.

Neste tipo de jogos não podemos olhar para aquilo que normalmente procuramos num bom jogo. Não existe muito em termos de jogabilidade por exemplo, mas podemos olhar para a história e arte, assim como para a liberdade de escolha e o impacto que as mesmas têm no desenrolar da história. A minha experiência com a história pode ser bastante diferente da de outros jogadores, ou pelo menos deveria ser numa boa experiência do género.

A história começa rapidamente. Depois de estar na estrada a viver anonimamente e construindo uma grande comitiva, um ex-conhecido procura a nossa personagem principal e pergunta-lhe se está à procura de emprego. O trabalho é colocar um colega em contato com o empregador desse conhecido, mas o alvo é a personagem principal. Parece estranho receber um contrato para matar alguém e esse alguém sermos nós próprios, mas quem nos contrata não parece saber isso. É uma premissa interessante e com possibilidades de muitas reviravoltas.

Como a nossa personagem mudou de nome e quem o quer ver morto quer matar a pessoa associada ao nome original, a nossa personagem tenta alinhar em tudo e talvez se safar assim. Midnight Caravan está recheado de intriga e traição. A natureza imprevisível da época, o enredo e as personagens envolvidos tornam esta história repleta de ansiedade, mas inegavelmente boa.

Visualmente o jogo é também muito bom dentro do seu género. As ilustrações estão muito bem conseguidas e o som é também agradável. As falhas do jogo são poucas, alguns erros de escrita e repetição de alguma arte, mas no geral tudo funciona corretamente.

Com tudo aquilo que procuramos num jogo do género abordado de alguma forma, falta olhar para o factor que pode realmente fazer a diferença, as escolhas. Existem muitas caminhos diferentes, com muitas respostas, existindo muitas razões para repetir o jogo. É imperativo tomar as decisões corretas já que podemos morrer no jogo, seja de doença ou um ataque inimigo. Podemos guardar e minimizar as possibilidades de ter de começar tudo de novo, mas apenas podemos ter um slot de gravação. Existe um médico que visita a caravana mas as suas visitas são muito raras.

Midnight Caravan não é muito longo, mas também não é muito fácil de terminar sem algumas mortes pelo caminho. Evitar levantar o nível de suspeita é a principal preocupação. A história agarra-nos do início ao fim e existem opções variadas o suficiente para justificar várias playthroughs. Se é um género que gostam Midnight Caravan é uma das melhores propostas do momento.

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