Guns Undarkness é um JRPG de ação furtiva que mistura elementos de tática e RPG num mundo devastado pela guerra. O jogo tem o envolvimento de nomes bem conhecidos da indústria, como Shoji Meguro e Lotus Juice da série Persona, bem como Ilya Kuvshinov, conhecido pelo seu trabalho em The Wonderland e Ghost in the Shell: SAC 2045. A proposta é oferecer uma experiência que combina estratégia, combate por turnos e exploração furtiva num ambiente de guerra e sobrevivência. Esta análise cobre as principais mecânicas e aspectos do jogo com base na demo disponível no Steam Next Fest 2025, dando uma ideia do que podemos esperar da versão final.
Jogabilidade
A jogabilidade de Guns Undarkness assenta na combinação de furtividade e combate por turnos, trazendo uma abordagem tática ao género. O jogo inicia com um tutorial prático que introduz os jogadores ao sistema de combate e exploração. A movimentação pelo mapa permite abordagens furtivas, onde evitar a detecção é essencial para ganhar vantagem sobre os inimigos. Caso o combate seja inevitável, o jogo muda para um sistema baseado em turnos, onde cada personagem e inimigo atacam sequencialmente. A possibilidade de usar coberturas e explorar fraquezas dos inimigos é crucial para o sucesso. As missões na demo apresentam uma estrutura clássica de RPG, com progressão gradual da dificuldade e introdução de novas mecânicas ao longo do jogo. O primeiro segmento coloca o jogador ao lado de Naomi, uma companheira de equipa, enquanto a segunda missão introduz um terceiro membro, Will, reforçando a importância do trabalho em equipa. O sistema de comandos permite coordenar ataques e movimentação, criando uma experiência que exige planeamento tático.

Mundo e história
O jogo decorre num futuro devastado pela guerra, onde um evento cataclísmico levou o mundo ao colapso, um período conhecido como o Grande Reset. Neste contexto pós-apocalíptico, os jogadores assumem o papel de um soldado novato integrado numa empresa militar privada. O objetivo é combater uma organização conhecida como Thousand Plateaus, responsável pela destruição que assola o planeta. A narrativa enfatiza o papel da guerra e da sobrevivência num mundo sem ordem. Os diálogos e interações entre os personagens ajudam a construir um enredo intrigante, onde as motivações dos diferentes grupos se revelam ao longo da campanha. O mundo apresenta diferentes ambientes, desde cidades destruídas a instalações militares, cada uma com os seus próprios desafios e oportunidades para exploração furtiva.
Grafismo
O design visual de Guns Undarkness reflete bem o seu tom sombrio e militarizado. Os cenários apresentam um mundo devastado pela guerra, com ruínas, edifícios destruídos e instalações militares abandonadas. O uso de cores escuras e iluminação dramática reforça a atmosfera de um mundo em colapso. As animações dos personagens são competentes, especialmente nos segmentos de combate. Os modelos das personagens são bem detalhados, beneficiando do estilo artístico característico de Ilya Kuvshinov, que dá um toque distinto aos protagonistas e às suas expressões. No entanto, há espaço para melhorias, especialmente na suavidade das animações e na diversidade dos cenários, que por vezes parecem algo repetitivos.

Som
A banda sonora de Guns Undarkness é um dos seus pontos fortes. Criada por Shoji Meguro, conhecido pelo seu trabalho na série Persona, a música consegue capturar a tensão e a atmosfera do jogo. As faixas alternam entre composições eletrónicas e temas orquestrais, reforçando tanto a sensação de perigo como os momentos de ação intensa. Os efeitos sonoros também estão bem implementados, com sons realistas de armas e movimentação que ajudam a imersão. Os momentos de combate têm um impacto sonoro satisfatório, com explosões e disparos bem representados. O trabalho de voz, embora limitado na demo, parece promissor e adequa-se ao tom militar e dramático do jogo.
Conclusão
Guns Undarkness apresenta uma proposta interessante ao combinar furtividade com combate por turnos, criando um RPG tático com um forte elemento de estratégia. O enredo ambientado num mundo pós-apocalíptico oferece uma narrativa envolvente, enquanto a jogabilidade equilibra bem exploração furtiva e combate tático. O grafismo e o som estão a um bom nível, com um design artístico apelativo e uma banda sonora que complementa bem a atmosfera do jogo. No entanto, ainda há aspetos que podem ser melhorados, como a fluidez das animações e a variedade dos ambientes. Com o seu conceito sólido e boa execução das mecânicas centrais, Guns Undarkness tem o potencial para ser um destaque dentro do género. O que resta agora é ver se o jogo consegue refinar e polir os seus sistemas até ao lançamento oficial. É, sem dúvida, um título a manter debaixo de olho para os fãs de RPGs táticos e jogos de furtividade.