Análise: A Rite from the Stars: Remaster Edition

A Rite from the Stars: Remaster Edition é a nova versão de um jogo de puzzles originalmente lançado em 2018. Apesar de nunca ter sido um título particularmente popular, conquistou um pequeno grupo de fãs dedicados, o que levou os seus desenvolvedores a apostar numa remasterização para as plataformas modernas. No entanto, a questão que se coloca é se esta versão melhorada traz algo de relevante ao jogo ou se seria melhor ter deixado o original no passado. Infelizmente, à medida que se explora esta nova edição, torna-se evidente que os esforços para melhorar a experiência não são suficientes para justificar um relançamento.

Jogabilidade

A Rite from the Stars: Remaster Edition continua a apostar numa jogabilidade baseada em puzzles, mas muitos deles falham em ser intuitivos. Um dos primeiros desafios exige que o jogador queime lama seca de uma estátua, algo que não faz qualquer sentido do ponto de vista lógico. Isto resulta numa experiência frustrante, pois o jogador pode perder imenso tempo a experimentar soluções sem qualquer lógica. O sistema de dicas também não ajuda, oferecendo apenas uma pista por puzzle, o que significa que, se essa indicação não for clara, a solução torna-se ainda mais frustrante de encontrar. Para além dos puzzles mal concebidos, a remasterização introduz secções de plataformas que prejudicam ainda mais a jogabilidade. O jogo não foi projetado para movimentos precisos, tornando estas secções desnecessariamente frustrantes. A interação com o ambiente e a recolha de itens são os poucos aspetos positivos da jogabilidade, mas estão longe de ser suficientes para tornar a experiência agradável.

Mundo e história

A história de A Rite from the Stars foca-se num jovem que tem de superar diversos desafios para provar o seu valor, mas a narrativa nunca consegue envolver o jogador. A premissa é genérica e não apresenta momentos memoráveis que incentivem a continuar a aventura. O mundo do jogo poderia ter sido mais explorado para criar um ambiente imersivo, mas as poucas tentativas de aprofundar a narrativa perdem-se devido à fraca execução geral. Ao longo do jogo, os desafios estão divididos em diferentes caminhos, correspondendo a traços como sabedoria, coragem e espírito. No entanto, esta estrutura não acrescenta profundidade suficiente para tornar a história interessante. Os personagens secundários também são pouco desenvolvidos, resultando num mundo que nunca se sente verdadeiramente vivo.

Grafismo

Se há algo que se espera de uma remasterização, é uma melhoria significativa nos visuais. Infelizmente, isso não acontece em A Rite from the Stars: Remaster Edition. Os gráficos continuam praticamente idênticos ao original, apenas com um tom mais escuro que prejudica a visibilidade em diversas situações. Os modelos das personagens e os cenários mantêm um estilo cartoonesco que já não impressionava em 2018 e que hoje se sente ainda mais datado. A falta de melhorias nos visuais faz com que esta remasterização pareça completamente desnecessária. A comparação entre o hub do jogo na versão original e na nova edição deixa claro que as diferenças são quase inexistentes, o que reforça a ideia de que os esforços de remasterização foram mínimos.

Som

Se os gráficos já não trazem melhorias significativas, o som acaba por ser um desastre completo. Pelo menos na versão para Nintendo Switch, a banda sonora e os efeitos sonoros simplesmente não funcionam. Testes realizados em diferentes consolas, tanto no modo portátil como na TV, confirmaram que o problema persiste, tornando a experiência de jogo incrivelmente vazia. Mesmo assumindo que o problema do som fosse resolvido, a qualidade da remasterização não justificaria a sua existência. A falta de polimento e atenção aos detalhes tornam evidente que este relançamento foi feito sem o cuidado necessário para oferecer uma experiência melhorada.

Conclusão

A Rite from the Stars: Remaster Edition é um exemplo de como não fazer uma remasterização. Os puzzles continuam pouco intuitivos, o sistema de dicas é insuficiente, as secções de plataformas são desnecessárias e frustrantes, e o grafismo não apresenta melhorias relevantes. O problema do som na versão para Switch é o golpe final numa experiência que já era questionável desde o início. Se a ideia era trazer uma versão melhorada de um jogo que já tinha falhas na sua edição original, o resultado está longe de ser positivo. O preço mais baixo em relação ao original é um dos poucos aspetos positivos, mas não justifica a falta de esforço na melhoria do jogo. No final, A Rite from the Stars: Remaster Edition é uma experiência frustrante e desnecessária que teria sido melhor deixada no passado.

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