PAN-PAN é um jogo de aventura desenvolvido pelo estúdio sueco Spelkraft, que aposta numa experiência focada na exploração e resolução de puzzles ambientais. Este é um daqueles jogos que passam despercebidos a muitos jogadores, mas que escondem um charme e uma identidade própria. Com uma abordagem minimalista tanto na jogabilidade como na narrativa, PAN-PAN desafia os jogadores a navegar por um planeta misterioso, resolvendo desafios sem indicações explícitas. A falta de direção pode ser frustrante para alguns, mas a beleza do jogo está na sua capacidade de encorajar a curiosidade e o pensamento lógico.
Jogabilidade
A jogabilidade de PAN-PAN é bastante simples, mas eficaz. O jogo é apresentado numa perspetiva isométrica e permite ao jogador controlar um protagonista sem nome que se movimenta pelo cenário em busca de peças para reparar a sua nave. A interação com o mundo é feita através de um único botão de ação contextual, o que significa que o jogador tem de explorar e observar atentamente o ambiente para perceber como avançar. Os puzzles são variados e vão desde redirecionar energia para abrir portas até manipular estruturas para desbloquear novas áreas. Apesar da simplicidade dos controlos, a falta de instruções pode tornar o início do jogo um pouco confuso. No entanto, à medida que se progride, fica claro que cada elemento do cenário tem um propósito e que todas as pistas estão lá, bastando ao jogador prestar atenção. Não há inimigos nem qualquer tipo de perigo, pelo que o jogo se foca exclusivamente na resolução de enigmas e na exploração do mundo.
Mundo e história
A narrativa de PAN-PAN é completamente ambiental. Desde o início, o jogador sabe apenas que a personagem principal sofreu uma aterragem forçada num planeta desconhecido e que precisa de reunir peças para consertar a nave. O nome do jogo deriva de um termo de comunicação via rádio que indica necessidade de assistência, o que encaixa perfeitamente na temática do jogo. O mundo de PAN-PAN é fascinante precisamente pela sua simplicidade. O planeta parece quase deserto, mas ao longo da jornada encontramos habitantes peculiares que, sem dizer uma palavra, ajudam a dar alguma personalidade ao mundo. O jogo encoraja a exploração livre e, muitas vezes, a solução para um puzzle está escondida num canto do mapa, incentivando o jogador a voltar atrás e a observar com mais atenção.
Grafismo
O estilo visual de PAN-PAN é minimalista, mas incrivelmente eficaz. O jogo utiliza uma paleta de cores pastel, criando um ambiente relaxante e visualmente apelativo. O design do mundo é simples, mas detalhado o suficiente para tornar cada área memorável. Não existem texturas complexas ou efeitos visuais exagerados, mas tudo está desenhado com um sentido de harmonia que torna a exploração muito mais envolvente. A câmara isométrica funciona bem para a experiência que PAN-PAN quer oferecer, permitindo ao jogador uma visão ampla do mundo sem tornar os controlos complicados. O jogo também permite alguma manipulação da câmara, o que pode ser útil para resolver alguns puzzles que dependem da perspetiva. O design das personagens é simples, mas eficaz, contribuindo para a identidade visual do jogo sem desviar atenção do ambiente em si.
Som
A banda sonora de PAN-PAN é um dos seus pontos mais fortes. Composta por Simon Viklund, a música complementa perfeitamente o estilo visual e a jogabilidade, criando uma atmosfera serena e imersiva. Os sons ambiente, como o vento, a água a correr e os sons dos habitantes locais, ajudam a dar vida ao mundo, tornando a exploração ainda mais envolvente. A variedade sonora é surpreendente para um jogo tão minimalista. Os efeitos sonoros são subtis, mas eficazes, ajudando a criar uma sensação de presença e realismo no mundo do jogo. A combinação de melodias suaves com efeitos ambientais faz com que jogar PAN-PAN seja uma experiência relaxante e, ao mesmo tempo, intrigante.
Conclusão
PAN-PAN é um jogo que aposta na exploração e resolução de puzzles sem recorrer a tutoriais ou explicações detalhadas. Este é um daqueles jogos que pedem paciência e atenção aos detalhes, recompensando os jogadores que se dedicam a explorar o seu mundo. A falta de instruções pode ser um obstáculo para alguns, mas também faz parte do charme e do desafio do jogo. O grafismo minimalista, aliado a uma banda sonora envolvente, cria uma experiência tranquila e imersiva. Embora não tenha grande valor de rejogabilidade, PAN-PAN proporciona uma jornada memorável que vale a pena vivenciar pelo menos uma vez. Para quem gosta de jogos que desafiam a perceção e incentivam a exploração, PAN-PAN é uma excelente escolha.
