The Phantom é um novo beat ‘em up que chega ao PC e consolas, trazendo de volta um dos heróis mais icônicos da banda desenhada. Criado pela King Features, o Fantasma é um dos primeiros super-heróis mascarados e tem uma longa história nas páginas dos comics. O jogo tenta capturar a essência das suas aventuras e combiná-la com um estilo arcade clássico, apostando numa jogabilidade direta e numa narrativa inspirada no material original. Embora tenha algumas falhas, é um título que promete agradar aos fãs da personagem e aos entusiastas do género.
Jogabilidade
The Phantom segue a fórmula tradicional dos beat ‘em ups de deslocamento lateral, colocando o jogador a atravessar 14 níveis cheios de inimigos para derrotar. O combate é baseado em ataques leves e pesados, complementados por movimentos especiais que consomem uma barra de energia. Existe também a possibilidade de usar armas de fogo, o que é uma raridade no género, mas o uso excessivo delas pode levar a um final alternativo, incentivando uma abordagem mais equilibrada ao combate. Os inimigos oferecem uma boa variedade de desafios, com alguns a exigirem estratégias específicas para serem derrotados. Os bosses, embora não sejam particularmente difíceis, vêm acompanhados por um grande número de capangas, tornando as batalhas caóticas e desafiantes. No entanto, a jogabilidade tem alguns problemas técnicos, como animações instáveis e inimigos que por vezes deslizam ou teletransportam-se. Alguns bugs também afetam a progressão, obrigando a reiniciar níveis.

Mundo e história
A narrativa do jogo é uma história original aprovada pela King Features, trazendo o Fantasma e a sua parceira, Diana Palmer, para enfrentar os piratas da Irmandade Singh. A história respeita o material original e encaixa-se bem no universo da personagem, proporcionando uma nova aventura que poderia muito bem fazer parte do cânone oficial. As cutscenes são apresentadas em estilo banda desenhada, ajudando a capturar o tom clássico dos comics. Apesar de seguir uma estrutura simples, a narrativa é eficaz em contextualizar os acontecimentos e motivar o jogador. A presença de diferentes finais também adiciona um incentivo extra para repetir a campanha e experimentar diferentes abordagens ao combate.
Grafismo
Visualmente, The Phantom é um jogo impressionante. A direção artística aposta em ilustrações desenhadas à mão, que parecem retiradas diretamente das páginas da banda desenhada. Os cenários são vibrantes e detalhados, criando uma boa atmosfera para cada local por onde o Fantasma passa. No entanto, algumas áreas poderiam ter mais elementos animados para tornar os ambientes mais vivos. As animações dos personagens são competentes, embora algumas se sintam um pouco rígidas ou necessitem de maior fluidez. Em especial, certas movimentações, como as da Diana, poderiam ser mais polidas para melhorar a sensação geral do combate. No entanto, a fidelidade à identidade visual dos comics faz com que o jogo tenha uma forte identidade própria.

Som
A banda sonora do jogo é bem conseguida, com temas que combinam com o tom da aventura e reforçam a ambientação de cada local. Destaca-se especialmente a música do nível na Índia, que consegue criar um ambiente envolvente e distinto. Os efeitos sonoros também são bastante satisfatórios, com sons de pancadas e impactos que dão peso aos golpes. Os efeitos especiais dos ataques e dos tiros das armas também são bem implementados, contribuindo para uma experiência mais imersiva. No entanto, algumas falhas técnicas podem afetar a sincronização dos áudios em determinados momentos, especialmente em situações de combate mais caóticas.
Conclusão
The Phantom é um jogo que capta bem a essência do personagem e do género beat ‘em up, oferecendo uma experiência divertida e desafiadora. Tem uma direção artística excelente, uma banda sonora competente e uma jogabilidade que, apesar de alguns problemas, consegue proporcionar bons momentos de ação. Os bugs e algumas animações pouco polidas impedem o jogo de atingir um patamar mais alto, mas para fãs do Fantasma e do género, é uma experiência recomendável. Com alguns ajustes e correções, poderia facilmente tornar-se um clássico de culto dentro do seu nicho. É um jogo que não reinventa a roda, mas faz o suficiente para justificar uma visita ao mundo do Fantasma.