Rise of Industry 2 é a mais recente entrada num género que, apesar de nichado, tem conquistado um público fiel ao longo dos anos: os jogos de gestão e estratégia. Este título, desenvolvido com a ambição de mergulhar os jogadores no complexo mundo da logística industrial, oferece uma experiência que combina cálculos meticulosos, gestão de recursos e uma busca incessante pela eficiência. Para os entusiastas de jogos que desafiam a mente com números e otimizações, Rise of Industry 2 parece feito à medida. No entanto, para o jogador casual, a sua abordagem detalhada e algo técnica pode ser intimidante. Nesta análise, exploramos o que torna este jogo único, desde a sua jogabilidade até ao impacto visual e sonoro, para determinar se merece um lugar na sua biblioteca.
Jogabilidade
A jogabilidade de Rise of Industry 2 é o coração da experiência, centrada na construção e gestão de cadeias produtivas com um foco claro na eficiência. Como CEO de uma empresa em ascensão, o jogador é desafiado a gerir desde a extração de recursos básicos até à produção de bens complexos, como eletrónicos ou automóveis. O que distingue este título de outros do género é a ênfase na logística e nas relações comerciais. Estabelecer contactos com outras empresas é essencial para desbloquear contratos, e o jogo simula de forma interessante a confiança entre fornecedores. Entregas consistentes abrem portas a acordos maiores, enquanto falhas podem prejudicar a reputação da sua empresa.
No entanto, a mecânica de networking inicial, que exige desbloquear contactos com um pequeno investimento, pode parecer repetitiva e pouco envolvente. Apesar disso, a liberdade para explorar diferentes indústrias e nichos produtivos é um ponto forte, permitindo ao jogador experimentar estratégias variadas. O modo campanha oferece cenários com objetivos específicos, enquanto o modo sandbox dá mais liberdade, embora pudesse beneficiar de mais opções de investimento. A jogabilidade brilha quando o jogador começa a dominar o equilíbrio entre produção, armazenamento e exportação, criando um ciclo viciante de planeamento.

Mundo e história
Rise of Industry 2 não se foca numa narrativa tradicional, mas o seu mundo é construído com cuidado para oferecer contexto à jogabilidade. Cada cenário decorre numa cidade única, com recursos específicos que condicionam as cadeias produtivas disponíveis. A interação com a cidade é um elemento central: o jogador deve negociar com políticos, investir em infraestruturas e gerir recursos como água e energia para suportar o crescimento da sua indústria. Esta mecânica adiciona uma camada de estratégia, já que decisões como investir em habitação para atrair mais trabalhadores têm impacto direto no sucesso da empresa.
Embora não haja uma história linear, os cenários da campanha criam narrativas implícitas através dos objetivos propostos, como transformar uma pequena operação numa potência industrial. A progressão é bem estruturada, com um senso de conquista à medida que o jogador evolui de recursos básicos para produtos de alto valor. A ausência de uma narrativa mais profunda não prejudica, já que o foco está na gestão e não numa história envolvente. Contudo, a repetitividade de algumas interações, como o contacto inicial com empresas, pode quebrar o ritmo em certos momentos.
Grafismo
Visualmente, Rise of Industry 2 cumpre o seu propósito, mas não impressiona. O jogo apresenta um estilo funcional, com mapas claros e interfaces repletas de informação, típicas do género. As cidades e instalações industriais são representadas de forma minimalista, com ênfase na clareza em vez de detalhes exuberantes. Esta escolha é adequada, já que o foco está na jogabilidade e não na estética. Ainda assim, a interface pode ser sobrecarregada, especialmente para novos jogadores, com muitos menus e números que exigem atenção constante. A legibilidade é razoável, mas a apresentação visual não é particularmente memorável, ficando aquém de outros títulos do género que conseguem aliar funcionalidade a um maior apelo estético.

Som
A componente sonora de Rise of Industry 2 é discreta, mas eficaz. A banda sonora é composta por temas ambientais que não distraem, mantendo o jogador focado nas decisões estratégicas. Os efeitos sonoros, como o ruído de máquinas ou o ambiente das cidades, são subtis e ajudam a criar uma sensação de imersão sem se tornarem repetitivos. Não há vozes ou diálogos, o que é esperado num jogo deste género, mas a qualidade geral do som é suficiente para complementar a experiência sem se destacar. Para um título que privilegia a concentração, esta abordagem minimalista é apropriada, mas não deixa uma marca duradoura.
Conclusão
Rise of Industry 2 é um jogo que sabe exatamente ao que vem: oferecer uma experiência profunda de gestão industrial para um público que aprecia otimizar processos e ver os números crescerem. A sua jogabilidade centrada na eficiência logística e nas relações comerciais é viciante para quem gosta de desafios estratégicos, mas a curva de aprendizagem e a interface densa podem afastar jogadores menos experientes. O mundo é funcional e bem integrado com a jogabilidade, embora a componente visual e sonora não traga nada de revolucionário. Comparado a títulos como Transport Fever, falta-lhe profundidade na logística de transporte, mas compensa com a liberdade de explorar diversos nichos industriais.
Se é fã de jogos que recompensam a paciência e o planeamento meticuloso, Rise of Industry 2 é uma escolha sólida, mas não é para todos. Para os que procuram uma porta de entrada mais acessível ao género, há opções mais amigáveis. Ainda assim, para o seu público-alvo, é uma experiência gratificante que pode consumir horas sem que o jogador dê por isso.