Análise: Phantom Squad

Phantom Squad é um daqueles jogos que, à primeira vista, parece cumprir todos os sonhos dos fãs de shooters táticos cooperativos. Com uma perspetiva top-down, combina a planificação estratégica de Doorkickers com a ação direta de Hotline Miami. Na sua melhor forma, oferece momentos intensos de entradas coordenadas e tiroteios emocionantes, fazendo-nos sentir parte de uma equipa altamente eficiente. No entanto, por cada instante de genialidade tática, existe também um momento de frustração causado por falhas técnicas e decisões de design duvidosas que podem pôr à prova a paciência de qualquer jogador.

Jogabilidade
Quando tudo corre bem, Phantom Squad mostra todo o seu potencial. A jogabilidade baseia-se em desenhar rotas de ataque, coordenar as entradas em salas, lançar granadas táticas no momento certo e eliminar inimigos de forma precisa. A variedade de gadgets e a letalidade das armas tornam cada missão emocionante, e a possibilidade de fogo-amigo acrescenta uma camada extra de estratégia, obrigando os jogadores a pensar bem nas suas posições e movimentos. Conseguir limpar uma sala sem erros e sem acertar em colegas é extremamente satisfatório e proporciona momentos memoráveis de cooperação.

Mundo e história
A história em Phantom Squad é praticamente inexistente, servindo apenas como pano de fundo para as missões. O foco está totalmente na ação e na cooperação entre jogadores. Não há grande desenvolvimento narrativo nem construção de mundo, e o jogo vive essencialmente das situações criadas durante as missões e da interação entre os membros da equipa. É essa ausência de história que permite que cada sessão seja definida pelas experiências únicas que surgem em cada tentativa de cumprir objetivos.

Grafismo
Visualmente, Phantom Squad adota um estilo simples e funcional, focado em garantir clareza durante a ação. A perspetiva top-down oferece uma boa visão do campo de batalha, e apesar de os cenários não serem muito detalhados, cumprem bem o seu propósito. Não há nada particularmente impressionante no grafismo, mas também nada que atrapalhe a jogabilidade. É um jogo que privilegia a funcionalidade em detrimento da estética, o que, para este género, acaba por fazer sentido.

Som
O som desempenha um papel importante, especialmente na coordenação das ações da equipa. Os efeitos das armas são satisfatórios e dão uma boa sensação de impacto. A música é discreta e cumpre a função de criar alguma tensão nas missões mais complicadas. O verdadeiro destaque vai para os momentos de comunicação entre jogadores, já que Phantom Squad é claramente pensado para ser jogado com amigos em chat de voz, onde cada chamada de atenção e coordenação aumenta a imersão e a diversão.

Conclusão
Phantom Squad é um jogo que mistura momentos brilhantes com falhas que podem ser irritantes. A inteligência artificial dos inimigos oscila entre o ridiculamente fraca e o implacavelmente precisa, tornando cada combate imprevisível. Algumas missões, como a famosa Missão Seis, são frustrantes ao ponto de quase fazerem os jogadores desistir, mas acabam por criar memórias partilhadas que só os jogos cooperativos conseguem proporcionar. Apesar de ter pouco conteúdo e de precisar de ajustes no equilíbrio das armas e das missões, a base é extremamente divertida e deixa vontade de ver o jogo crescer. Para quem procura um simulador tático polido e para um jogador, este não é o título certo. Mas para grupos de amigos dispostos a rir com os erros e a celebrar pequenas vitórias, Phantom Squad consegue ser incrivelmente divertido, mesmo com todas as suas imperfeições.

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