Ultimate Zombie Defense chega ao mercado como mais uma tentativa de aproveitar a popularidade dos shooters de sobrevivência baseados em vagas de inimigos. Porém, desde o primeiro instante, o jogo transmite uma sensação de familiaridade que não é exatamente positiva. Há aqui ecos claros de Yet Another Zombie Defense HD, lançado em 2017, e de muitos outros projetos que seguiram a mesma fórmula sem grande inovação. A transição da versão PC de 2020 para consola também não ajuda, deixando evidente que esta adaptação não recebeu o cuidado necessário.
Jogabilidade
A jogabilidade assenta numa estrutura simples: sobreviver a vagas de zombies, ganhar dinheiro por cada inimigo abatido e usar esse dinheiro para montar uma base cada vez mais resistente. Antes de cada ronda, o jogador dispõe de alguns minutos para organizar barreiras, torres, grelhas elétricas, minas, luzes e outros mecanismos defensivos. É também possível adquirir e melhorar armas, armaduras e utilidades como caixas de munições ou sinalizadores de cura. Embora o conceito seja funcional, vários detalhes tornam a experiência menos fluida. A mira manual é lenta e pouco intuitiva e muitos elementos do interface parecem pensados para rato e teclado. Algumas ferramentas, como as torres tripuladas, chegam mesmo a ser difíceis de utilizar devido à falta de clareza nos comandos.

Mundo e história
Não há propriamente um enredo a acompanhar o jogador. Ultimate Zombie Defense aposta numa abordagem puramente arcade onde o foco está nas vagas, no posicionamento de defesas e na tentativa de sobreviver o máximo possível. Os três mapas disponíveis incluem ruas de cidade abertas, um centro comercial de vários pisos e um espaço adicional de dimensão mais reduzida. No entanto, a variedade é escassa e a presença de um centro comercial com múltiplos andares acaba por complicar desnecessariamente a navegação sem trazer verdadeira profundidade ao jogo.
Grafismo
Visualmente, Ultimate Zombie Defense remete para produções de baixo orçamento de há vários anos. Os modelos são simples, as animações pouco polidas e a iluminação pouco dinâmica. A adaptação para consola torna estes problemas ainda mais evidentes, principalmente devido ao tamanho reduzido do texto e à interface visualmente confusa. As arenas são funcionais, mas carecem de personalidade, acabando por transmitir a sensação de que tudo foi criado para cumprir mínimos e não para marcar presença visualmente.

Som
A banda sonora e os efeitos sonoros cumprem o básico, mas sem grande impacto. Os disparos, explosões e gemidos dos zombies não se destacam, contribuindo para uma atmosfera pouco memorável. A ausência de variação sonora entre vagas e mapas reforça esta monotonia. Apesar de tudo, o som nunca impede o progresso ou distrai do objetivo principal, mas também não acrescenta profundidade à experiência.
Conclusão
Ultimate Zombie Defense é um jogo que segue uma fórmula já muito usada sem lhe acrescentar nada de relevante. A falta de conteúdo, os três mapas limitados, a remoção do modo multijogador presente na versão PC e a adaptação pouco cuidada para consola deixam a clara sensação de que o projeto ficou aquém do seu potencial. Embora possa oferecer algum entretenimento durante breves sessões, especialmente para quem gosta de jogos de defesa baseados em vagas, rapidamente se esgota e deixa pouco para recordar. É um título funcional, mas demasiado vazio e antiquado para se destacar num género onde a concorrência já faz muito melhor.