Análise: Call of Cthulhu: The Wasted Land

Este pequeno jogo indie pega nestes dois elementos pouco aproveitados e cria uma experiência de jogo bastante agradável apesar dos poucos recursos dos seus criadores, algo que se nota principalmente no aspecto gráfico. Mas não se deixem intimidar pelos visuais. Há muito mais além disso e é realmente pena que o primeiro impacto seja tão pobre. Aqui o jogador irá juntamente com uma equipa de investigadores, tentar descobrir os mistérios da primeira grande guerra.

Mas à medida que avançamos no jogo descobrimos que o maior perigo não são as armas e morteiros dos anos 20, mas um mal bem mais perigoso. Tal como outros jogos, sejam de vídeo ou de tabuleiro ou cartas, existe uma mecânica de sanidade mental. Os nossos investigadores têm que se manter sãos apesar dos terrores que vão ter de ultrapassar. No decorrer do jogo vamos melhorando habilidades, armas e equipamento, tal como seria de esperar num RPG.

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Em muitos aspectos este é um RPG bastante normal que pouco inova. Os seus criadores tiveram a ajuda dos criadores do RPG de mesa, Call of Cthulhu e são essas as regras que usa. Esta é uma viagem interessante ao mundo criado por Lovecraft, mas que fica aquém do potencial graças às poucos recursos. Sofre visualmente e na interação.

A interface é pobre e pode complicar a vida a alguns jogadores. Existe uma espécie de união da história da Alemanha da primeira e segunda guerra mundial. O jogo passa-se claramente na primeira mas as forças alemãs têm bastantes elementos Nazis. A nossa unidade é enviada para investigar o interesse das forças alemãs no oculto. Rapidamente descobrimos que estes estão a tentar reanimar cadáveres dos dois lados do conflito para criar um exército de mortos vivos imparável. Cabe então ao nosso pequeno grupo impedir que isso continue, pois tal tornaria a Alemanha imparável. A atmosfera é negra e para quem conhecer outras obras inspiradas no mitos de Cthulhu, familiar.

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Apesar do fraco poder gráfico, a música é óptima e ajuda a criar uma atmosfera bastante “Lovecraftiana”. O diálogo está bastante bem escrito, assim como todo o texto presente no jogo e a história é um dos melhores aspectos do jogo. A jogabilidade é a de um RPG por turnos, sem grandes elementos inovadores mas bastante sólida. Temos uma série de pontos de ação que gastamos durante o nosso turno a mover as personagens e atacar. O custo das ações depende, sendo que armas com longo alcance normalmente necessitam de um maior numero de pontos.

Da mesma forma, alguns terrenos irão gastar mais pontos quando os atravessamos. Os primeiros níveis servem mais ou menos como tutorial. Existem poucos inimigos e todos eles são unidades bastante básicas que não representam grande perigo. Mas rapidamente começamos a enfrente grupos maiores, constituídos por criaturas do oculto. É um jogo desafiante, mas que nunca se torna frustrante. Tal como já referi, a insanidade tem um papel crucial. Enfrentar criaturas aumenta a insanidade, assim como utilizar magia.

Quando finalmente uma personagem atinge o valor máximo, podem acontecer uma de duas coisas. Ou ganha um boost de energia, ganhando ataque durante um turno, ou fica paralisada durante um turno. Mesmo quando ganha um ataque extra, nem tudo é positivo. Caso isso aconteça demasiadas vezes a personagem vai ficar exausta e tem que ser ressuscitada. Isto acontece principalmente nos níveis finais, onde quase todas as criaturas não são humanas. Call of Cthulhu: The Wasted Land sofre de alguns problemas nos controlos.

Os cliques do rato quase que necessitam de que o rato esteja exatamente imóvel para que sejam registados com sucesso, Outros problemas englobam coisas como os jogos gravados e outros problemas de performance.

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