Análise: In Between

In Between conta a estória de um homem em fim de vida, baseando-se nos conhecidos estados de aceitação da morte. O meu conhecimento sobre o tema é muito simples e não sei até que ponto é correto, até porque a única coisa que sei vem do episódio dos Simpsons em que Homer pensa que comeu um pedaço de peixe venenoso.

Mas basicamente dizem que quando alguém se depara com o facto de inevitavelmente ir morrer num curto espaço de tempo passa por várias fazes. A primeira é a negação, em que nega a si próprio que vai morrer criando a ilusão de há forma de inverter o seu destino. Depois vem a raiva, em que se enfurece com tudo e todos pela inevitabilidade da sua morte. Depois vem a fase em que tenta de todas as formas negociar uma salvação. Depois disso entra numa fase depressiva até que finalmente aceita o seu destino terminando nessa fase de aceitação.

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O narrador é a própria personagem que vai descrevendo o que sente ao passar por todas essas fases, enquanto pedaços da sua vida vão aparecendo no cenário numa espécie de janelas temporais. Num dos níveis iniciais na fase de negação por exemplo a personagem diz que não era o fumador da família e não deveria ter cancro no pulmão.

Não existe qualquer tipo de cutscenes propriamente dita. Toda a estória é contada enquanto controlamos a personagem, tanto no início quando esta se encontra num hospital como no início de cada novo capítulo quando esta conta uma das suas histórias.

A mecânica de jogo é muito simples. In Between no fundo é um jogo de puzzles em que controlamos tanto a personagem do jogo como a gravidade do cenário. É um conceito bastante utilizado com muitos exemplos até em Portugal como é exemplo A Walk in the Dark.

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Felizmente o jogo não se fica por aí introduzindo alguns elementos que eu ainda não tinha visto nestes jogos. Por vezes temos que controlar cubos que se encontram noutra parte do cenário para abrir portas ou servir de plataforma nos espinhos.

Existem também plataformas que apenas se movem quando a nossa personagem também se move, tendo o jogador que tentar posicionar estas plataformas de forma a conseguir servir-se delas. No decorrer o jogador encontra novos desafios como logo na segunda fase, a negação pois a primeira é o tutorial, temos de lidar com a escuridão.

A escuridão funciona como os fantasmas do Super Mario, ou seja apenas é preocupante quando não estamos a olhar para ela. Isto é no entanto relativo pois por vezes esta aproxima-se dos dois lados.

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Visualmente In Between segue a estética que o tema requer. Tons de castanho e todo um aspeto melancólico. Tudo se assemelha a um triste dia de outono de chuva e a música completa essa atmosfera na perfeição.

In Between não é um conceito novo, não é de todo realmente, mas a execução é exemplar. Não é muito longo e a dificuldade é equilibrada. Mas aquilo que o destaca dos outros jogos é a narrativa.

Não sei até que ponto a estória que conta não é realmente pessoal para algum dos criadores, pois parece ser esse o caso enquanto joguei e tenho a certeza que irá tocar no coração de muitos jogadores.

 

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