The Flame in the Flood é um jogo de sobrevivência desenvolvido pela The Molasses Flood que nos transporta para um mundo inundado, onde o perigo espreita a cada esquina. Com uma jogabilidade baseada na gestão de recursos e na exploração, o jogo oferece uma experiência desafiante e imersiva. No entanto, a sua profundidade pode ser questionada a longo prazo, uma vez que a repetição se torna evidente com o tempo. Neste artigo, analisamos os principais aspetos do jogo e avaliamos se vale a pena embarcar nesta viagem de sobrevivência.
Jogabilidade
Em The Flame in the Flood, os jogadores controlam Scout, uma mulher que tenta sobreviver num mundo onde as terras são pequenas ilhas separadas por rios turbulentos. Através de uma jangada, Scout desloca-se entre os diferentes pontos de interesse em busca de provisões essenciais para manter os seus indicadores de fome, sede, temperatura corporal e fadiga sob controlo. Para ajudar nesta tarefa, conta com a presença do seu fiel cão, Aesop, que pode transportar alguns itens e alertar para perigos. A jogabilidade baseia-se na gestão de inventário e no crafting. No entanto, desde o início, existe uma forte dependência da sorte na obtenção de recursos, o que pode levar a situações frustrantes. A falta de espaço no inventário também se torna um problema, obrigando o jogador a tomar decisões rápidas sobre o que guardar e o que descartar. O ritmo do jogo é lento e metódico, favorecendo a paciência e a planificação.

Mundo e história
O jogo apresenta dois modos principais: campanha e infinito. O modo campanha introduz um objetivo narrativo, onde Scout deve encontrar um sinal de rádio e viajar para terrenos mais altos. No entanto, a história não tem um papel particularmente marcante, funcionando apenas como um guia para avançar pelo mundo do jogo. Na prática, a progressão não se distingue muito do modo infinito, onde o objetivo é sobreviver o máximo de tempo possível. O mundo é gerado proceduralmente, garantindo que cada nova partida seja diferente da anterior. No entanto, a repetição das áreas e dos desafios reduz o impacto desta variedade. As ilhas e os pontos de interesse tendem a seguir padrões previsíveis, tornando a exploração menos empolgante com o tempo. Apesar da falta de profundidade narrativa, a atmosfera do jogo é envolvente, captando bem o espírito de uma viagem solitária por um mundo em colapso.
Grafismo
Visualmente, The Flame in the Flood tem um estilo artístico bastante característico, com cores vibrantes e um design estilizado que se destaca de outros jogos do género. A direção artística confere-lhe uma identidade própria, contrastando a beleza da natureza com os perigos constantes que espreitam a cada momento. Os modelos das personagens e dos animais são simples mas eficazes, transmitindo bem o tom do jogo. No entanto, a reutilização de elementos visuais em diferentes áreas faz com que o mundo perca alguma diversidade. Apesar disso, os efeitos visuais da água e da iluminação são bem conseguidos, contribuindo para a imersão na experiência de navegação pelos rios traiçoeiros.

Som
A banda sonora é um dos pontos altos do jogo, com temas que evocam a cultura americana e complementam perfeitamente a atmosfera da aventura. As músicas tocam nos momentos certos, reforçando o sentimento de solidão e descoberta que permeia a experiência. Os efeitos sonoros também estão bem implementados, desde o barulho da jangada a enfrentar a corrente até ao som distante de animais selvagens prontos a atacar. Esta atenção ao detalhe ajuda a criar um ambiente autêntico e envolvente, aumentando a tensão e a imersão no jogo.
Conclusão
The Flame in the Flood é um jogo de sobrevivência que impressiona pelo seu estilo visual e sonoro, oferecendo uma experiência envolvente a curto prazo. No entanto, a falta de variedade nos desafios e a dependência na sorte para obter recursos adequados podem tornar-se frustrantes. A repetição de cenários e mecânicas também reduz a longevidade da experiência, tornando-a menos cativante a longo prazo. Para quem procura um jogo de sobrevivência acessível e relaxante, The Flame in the Flood pode ser uma boa opção. No entanto, aqueles que procuram um desafio mais profundo e variado podem acabar por se sentir desiludidos. É um jogo que pode proporcionar momentos de entretenimento, mas dificilmente se destaca no género.