Introdução
Don’t Scream é uma curta experiência de terror desenvolvida por dois criadores independentes no Unreal Engine 5. Inspirado em filmagens amadoras dos anos 90, o jogo apresenta uma premissa curiosa: explorar uma floresta misteriosa sem gritar. O desafio principal é sobreviver durante 18 minutos, mas com uma reviravolta intrigante. Qualquer som captado pelo microfone configurado no jogo, como um murmúrio ou um espirro, é registado como um grito, reiniciando a partida. Apesar da proposta única, o jogo tem gerado opiniões mistas.
Jogabilidade
A jogabilidade em Don’t Scream é extremamente simples. O jogador movimenta-se por uma floresta aparentemente sem objetivos claros, com o tempo de jogo a avançar apenas quando há movimento. O maior desafio reside nos sustos imprevisíveis que surgem durante o percurso. Contudo, não existem ameaças reais no mundo do jogo, como monstros ou perigos tangíveis, o que pode diminuir a sensação de urgência ou perigo. Além disso, a ausência de missões ou interações limita a profundidade da experiência, tornando-a repetitiva após algumas tentativas.

Mundo e história
A misteriosa Floresta de Pineview serve como cenário, mas o jogo não apresenta uma narrativa envolvente ou lore significativo para explorar. É apenas um espaço vazio que existe como palco para os sustos. Apesar do potencial atmosférico da floresta, a falta de contexto ou de elementos narrativos acaba por deixar o mundo sem impacto duradouro. Para um título focado no terror, a ausência de história faz com que a experiência se sinta pouco imersiva.
Grafismo
Graças ao poder do Unreal Engine 5, Don’t Scream oferece visuais de alta qualidade. A floresta é bem detalhada, com iluminação e texturas realistas que contribuem para a atmosfera do jogo. No entanto, a beleza técnica do cenário é prejudicada pela sua falta de variedade. A floresta parece genérica e desinteressante após algum tempo de exploração, o que acaba por limitar o impacto visual.

Som
O áudio desempenha um papel importante em Don’t Scream, especialmente devido à mecânica de detetar sons do jogador. Os sustos são acompanhados por sons altos e repentinos, mas acabam por se tornar previsíveis e repetitivos, com um padrão de gritos que não varia significativamente. Esta repetição reduz a eficácia do terror ao longo do jogo. Além disso, o som ambiente da floresta não oferece muito em termos de imersão ou atmosfera.
Conclusão
Don’t Scream apresenta uma ideia interessante, mas falha em oferecer uma experiência envolvente ou memorável. Apesar dos visuais impressionantes do Unreal Engine 5, a falta de objetivos, narrativa e variedade nos sustos torna o jogo superficial e rapidamente monótono. O conceito de utilizar sons captados pelo microfone é criativo, mas não é suficiente para sustentar a experiência. Para muitos, este título pode ser considerado mais como um jogo feito para streamers do que para jogadores em busca de uma experiência de terror sólida.