O minimalismo tem ganho cada vez mais destaque em várias formas de arte e entretenimento, e os videojogos não são exceção. Hook: Complete Edition é um excelente exemplo de como a simplicidade pode resultar numa experiência envolvente e até surpreendentemente relaxante. Esta edição reúne os jogos Hook e Hook 2, oferecendo centenas de níveis num pacote que aposta numa abordagem despojada, mas desafiante. A Ultimate Games apresenta aqui um título que, apesar da sua aparência modesta, é capaz de agarrar os jogadores durante horas.
Jogabilidade
Hook: Complete Edition é, na sua essência, um jogo de puzzles onde o objetivo principal é limpar o ecrã de linhas. Para tal, é necessário pressionar botões na ordem correta, removendo cuidadosamente cada linha. A dificuldade não reside apenas em encontrar a sequência certa, mas também em lidar com obstáculos: algumas linhas bloqueiam outras e, por isso, é essencial observar bem cada nível antes de agir. Nas primeiras fases, a falha implica o reinício do nível, mas à medida que avançamos, o jogo torna-se mais indulgente, oferecendo vidas extra para não punir demasiado o jogador. A curva de dificuldade é bem gerida, crescendo de forma gradual até alcançar níveis de verdadeira complexidade, exigindo paciência e atenção redobrada.

Mundo e história
Hook: Complete Edition não tem história nem qualquer tipo de narrativa que guie o jogador. O foco está inteiramente nos puzzles e na mecânica pura do jogo. Este despojamento narrativo contribui para a sensação de calma que o jogo transmite, permitindo que cada jogador mergulhe no desafio sem distrações. A ausência de um enredo ou contexto não prejudica a experiência, antes reforça o minimalismo que define a identidade do título. Neste caso, o mundo de Hook é simplesmente o próprio puzzle, onde cada elemento cumpre uma função mecânica muito clara.
Grafismo
O grafismo de Hook: Complete Edition é o reflexo perfeito da sua filosofia minimalista. Linhas pretas e brancas sobre fundos neutros compõem quase todo o visual do jogo. Não existem elementos supérfluos nem efeitos desnecessários. Cada traço no ecrã tem uma função e a clareza visual é total. Esta simplicidade gráfica não só evita distrações, como também cria uma estética elegante e funcional. A ausência de variação nos cenários é uma escolha consciente que, embora possa afastar quem procura estímulos visuais constantes, encaixa perfeitamente no tipo de experiência que o jogo quer proporcionar.

Som
O som em Hook: Complete Edition acompanha a filosofia do resto do jogo: é discreto, calmo e nunca intrusivo. A banda sonora é praticamente inexistente, com alguns efeitos sonoros suaves a marcar ações específicas, como o pressionar de botões ou a remoção de linhas. Esta abordagem minimalista ao áudio reforça a atmosfera tranquila do jogo, permitindo que o jogador se concentre totalmente nos puzzles. Embora alguns possam considerar o ambiente sonoro demasiado austero, é precisamente essa sobriedade que torna o jogo tão relaxante e quase terapêutico.
Conclusão
Hook: Complete Edition é uma proposta simples mas extremamente eficaz. Sem narrativas elaboradas, gráficos vistosos ou trilhas sonoras grandiosas, o jogo foca-se totalmente na sua jogabilidade e faz disso a sua maior força. A sua progressão gradual e a ausência de pressão de tempo tornam-no ideal para sessões de jogo relaxadas, enquanto os puzzles mais complexos oferecem desafios à altura para quem procura testar a sua capacidade de observação e lógica. Mesmo nos momentos mais difíceis, o jogo raramente se torna frustrante, permitindo que cada jogador avance ao seu próprio ritmo. Para quem aprecia experiências minimalistas e estimulantes, Hook: Complete Edition é uma excelente escolha.