Análise: XENOBREAKERS: Classic Tower Defense

XENOBREAKERS: Classic Tower Defense é uma daquelas surpresas que surgem de vez em quando e conseguem capturar a atenção mesmo de quem normalmente não se deixa impressionar facilmente por jogos de defesa de torres. Com uma jogabilidade viciante, um estilo artístico carismático e um sistema de progressão bem pensado, o jogo oferece uma experiência sólida e envolvente para todos os fãs do género. Desenvolvido com uma clara atenção ao detalhe, XENOBREAKERS combina o clássico espírito dos jogos de estratégia com uma execução moderna e acessível, sem nunca perder de vista a diversão. A premissa é simples: escoltar Billy e a sua equipa até à zona de extração em Drop City #237 depois de a sua nave, Lockwood, ter sido abatida e despenhada no planeta desértico Kernas. Para isso, os jogadores terão à sua disposição um sistema de defesa robusto, torres variadas e habilidades especiais que ajudam a enfrentar vagas de inimigos implacáveis. Tudo isto é complementado por uma banda desenhada desenhada à mão que conta a história desta perigosa missão de sobrevivência.

Jogabilidade

XENOBREAKERS apresenta uma jogabilidade de defesa de torres clássica, mas com profundidade suficiente para se destacar da concorrência. O jogo oferece cinco torres-base, cada uma com funções distintas, que podem ser melhoradas do nível MK I até ao MK III, antes de se especializarem em duas opções distintas, totalizando dez especializações. Esta evolução resulta num total de quinze torres únicas, cada uma com habilidades próprias que podem ser ainda mais melhoradas. As decisões estratégicas são fundamentais: desde escolher que torres construir e onde as posicionar, até ao uso de habilidades ativas para lidar com momentos de aperto. Estas habilidades, tal como as torres, podem ser melhoradas através de um sistema de habilidades desbloqueáveis, que se adquirem ao ganhar medalhas durante as missões. Com 48 habilidades para desbloquear, a árvore tecnológica é bastante robusta e oferece muitas opções de personalização da estratégia de jogo. Existem três níveis de dificuldade e dois modos de jogo, normal e hardcore. O modo hardcore é particularmente desafiante, com apenas um ponto de vida, uma medalha por nível concluído, dificuldade constante e sem possibilidade de redefinir as habilidades. Para quem procura um verdadeiro desafio, este modo é obrigatório.

Mundo e história

Embora o foco principal de XENOBREAKERS esteja na jogabilidade, o jogo surpreende ao integrar uma história simples mas eficaz, contada através de uma banda desenhada desenhada à mão. A narrativa acompanha Billy e a sua equipa na sua luta pela sobrevivência num planeta hostil, enfrentando insetos gigantes, droides avariados e outras ameaças. A história é contada em doze páginas que podem ser revistas a qualquer momento através de uma base de dados no jogo. Este formato de banda desenhada encaixa perfeitamente no estilo descontraído e divertido de XENOBREAKERS, dando contexto às batalhas sem nunca se tornar intrusivo ou arrastar o ritmo do jogo. O universo apresentado, ainda que simples, é coeso e interessante. Os diferentes biomas por onde a equipa passa ajudam a criar diversidade visual e ambiental, o que impede que o jogo se torne repetitivo demasiado depressa.

Grafismo

O estilo visual de XENOBREAKERS é um dos seus pontos fortes. O grafismo desenhado à mão confere-lhe uma personalidade muito própria, que se distingue imediatamente da maioria dos jogos de defesa de torres mais genéricos. Tanto os ambientes como as unidades inimigas são variados e detalhados, com mais de trinta tipos diferentes de inimigos, cada um com habilidades e comportamentos próprios. A interface é limpa e intuitiva, com a opção de personalizar as cores da UI, um pequeno detalhe que demonstra a atenção dos criadores aos gostos pessoais dos jogadores. Em jogos deste género, onde rapidamente o ecrã se pode encher de unidades e efeitos visuais, uma UI clara e personalizável é um grande trunfo. Apesar da simplicidade gráfica em termos técnicos, o estilo artístico compensa largamente e contribui para a atmosfera do jogo, mantendo-o sempre apelativo visualmente.

Som

O design sonoro de XENOBREAKERS é competente, mas é talvez o único aspeto onde o jogo poderia ter ido um pouco mais além. Os efeitos sonoros fazem o seu trabalho e acompanham bem a ação, mas não são particularmente memoráveis. A música, por sua vez, cumpre o seu papel mas falta-lhe alguma variedade e impacto emocional. Em sessões de jogo prolongadas, nota-se a repetição e sente-se que algumas faixas adicionais, ou uma evolução da música em função da intensidade das vagas, teriam adicionado muito à experiência. No entanto, estes pequenos defeitos no som não comprometem o todo e, dado o preço acessível do jogo e a qualidade geral da experiência, são facilmente desculpáveis.

Conclusão

XENOBREAKERS: Classic Tower Defense é um excelente exemplo de como um jogo de defesa de torres pode ser divertido, desafiante e viciante, sem necessidade de grandes orçamentos ou complexidade excessiva. Com uma jogabilidade sólida, um sistema de progressão profundo, uma boa variedade de inimigos e torres, e um estilo artístico encantador, o jogo consegue manter os jogadores agarrados do início ao fim. Apesar de o design sonoro e a música poderem ter sido mais trabalhados, o jogo impressiona em quase todos os outros aspetos. O modo hardcore oferece um desafio brutal para os mais audazes, enquanto a variedade de biomas e a árvore tecnológica dão profundidade suficiente para manter o interesse ao longo das 16 missões disponíveis. Se és fã de jogos de defesa de torres ou se simplesmente procuras um jogo divertido e bem feito a um preço justo, XENOBREAKERS é uma aposta segura. Mesmo quem normalmente não se entusiasma com o género poderá aqui encontrar uma experiência surpreendentemente cativante.

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