Streamline é um jogo multijogador em terceira pessoa desenvolvido pela Proletariat, que se destaca por ser projetado para streaming desde o início. A ideia principal do jogo é proporcionar uma experiência interativa entre jogadores e espectadores, permitindo que a audiência influencie as partidas em tempo real. No entanto, apesar do conceito inovador, o jogo sofre de problemas estruturais que limitam o seu potencial e acabam por afastar os jogadores. O foco excessivo na interação com o streaming faz com que o jogo se torne praticamente inacessível para quem não tem uma grande audiência, tornando-o um título nichado num mercado que precisa de uma base de jogadores ativa para sobreviver.
Jogabilidade
A jogabilidade de Streamline assenta numa mistura de parkour e ação, com mecânicas de movimentação fluidas que permitem aos jogadores correr, saltar e voar pelos cenários. O jogo inclui diferentes modos, sendo o principal o modo Eliminação, onde um jogador assume o papel de caçador enquanto os restantes tentam sobreviver e acumular pontos. A interação com os espectadores é um dos elementos centrais do jogo, permitindo que estes alterem regras, apostem nos jogadores e participem em mini-jogos. No papel de fantasma, os jogadores eliminados podem continuar a interagir com a partida, mas essa funcionalidade não é suficientemente impactante para manter o interesse. O conceito de misturar elementos de streaming com uma jogabilidade competitiva é interessante, mas a execução deixa a desejar, tornando o jogo confuso e pouco intuitivo para novos jogadores.

Mundo e história
Streamline decorre num futuro próximo onde os desportos tradicionais foram substituídos por competições mais dinâmicas e tecnologicamente avançadas. A liga Streamline Pro League nasceu como uma resposta às limitações dos desportos convencionais, dando aos jogadores a oportunidade de competir em ambientes urbanos decadentes. O conceito de uma liga desportiva de realidade aumentada é interessante e poderia ter sido melhor explorado, mas a história do jogo é praticamente inexistente na experiência de jogo. Os mapas e o contexto sugerem um universo com potencial, mas a falta de uma narrativa sólida faz com que o jogo se resuma apenas à sua jogabilidade, sem oferecer motivação adicional para continuar a jogar.
Grafismo
Graficamente, Streamline apresenta um estilo colorido e vibrante, com um design visual que remete para jogos como Splatoon ou Fortnite. Os modelos dos personagens são personalizáveis, permitindo que os jogadores escolham entre diversas peças de vestuário e cores. Os cenários são variados, mas têm um aspeto genérico, sem grandes detalhes que os tornem memoráveis. A fluidez da animação é um dos pontos positivos do jogo, contribuindo para a sensação de velocidade e mobilidade. No entanto, o jogo não apresenta um estilo visual particularmente inovador ou distintivo, o que o faz perder impacto face a outros jogos do género.

Som
A componente sonora de Streamline é funcional, mas pouco marcante. A banda sonora é composta por músicas eletrónicas e ritmadas que se adequam à ação frenética do jogo, mas não são particularmente memoráveis. Os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel, proporcionando um bom feedback auditivo das ações dos jogadores. No entanto, a falta de variedade na trilha sonora e a ausência de elementos sonoros distintivos fazem com que a componente auditiva do jogo passe despercebida e não contribua significativamente para a imersão.
Conclusão
Streamline é um jogo que tenta inovar ao misturar mecânicas de jogo com interação direta com os espectadores, mas acaba por se tornar um produto limitado e pouco acessível para a maioria dos jogadores. A jogabilidade tem potencial, especialmente no que toca à mobilidade e às mecânicas de parkour, mas a implementação do sistema de streaming como um elemento central acaba por restringir demasiado o público-alvo do jogo. Além disso, a falta de uma base de jogadores ativa e a dependência de uma grande audiência tornam a experiência frustrante para quem apenas quer jogar de forma casual. O conceito poderia ser melhor aproveitado se o jogo fosse gratuito com opções de monetização através de cosméticos, pois a atual falta de jogadores inviabiliza a experiência. No seu estado atual, Streamline é um jogo interessante, mas falha em ser algo mais do que uma ideia com potencial desperdiçado.