Análise: Logan

Existem alguns filmes filmes responsáveis por popularizar os filmes de super heróis, no entanto apenas um actor ficou ligado de forma marcante ao sucesso destes filmes, aguentando mais de uma década a ver novas sagas a aparecerem e desaparecerem. Hugh Jackman enquanto interpretou Wolverine viu por exemplo três encarnações diferentes do Homem-Aranha e até duas linhas temporais distintas da própria saga que ajudou a fundar.

O cinema deve bem mais a Hugh Jackman do que este deve a qualquer fã da personagem, mas mesmo assim o actor consegue na sua ultima performance apresentar-nos o melhor filme da saga e a sua melhor rendição da personagem.

Apesar de fazer parte do universo X-Men da Fox, Logan não encaixa propriamente bem com nenhuma das linhas temporais. Tal como foi sempre dito pelos sucessivos directores dos filmes da saga, a preocupação sempre foi lançar bons filmes e deixar para segundo plano a sequência. Logan é exactamente isso. Sequencialmente pode não fazer muito sentido, especialmente porque os vários acontecimentos que dão origem à situação dos mutantes na altura de Logan nunca é bem explicada, mas é um filme excelente tanto para quem gosta do género como para quem não gosta, dada a sua abordagem mais realista.

Em Logan os mutantes praticamente desapareceram. Ao longo do filme acabamos por conhecer apenas três mutantes de nascença. A razão para o desaparecimento da raça mutante nunca é explicada com grande pormenor, mas alguns parecem ter sido caçados, os nascimentos de novos mutantes acabaram e os X-Men morreram durante um evento provocado pelo professor X. Este evento era para estar presente no filme, mas acabou por ser deixado de fora para que Logan se distancia-se da formula de filme super herói.

O filme começa com Logan como condutor de limusina, uma profissão que nunca imaginei para personagem. Um Logan envelhecido, onde os seus poderes de cura não funcionam bem e até as suas garras encravam. Logan apesar de ter um factor de cura que o torna quase imortal, está a ser envenenado pelo Adamantium que compõe todo o seu esqueleto e que lhe salvou a vida tantas vezes e é a essa razão para o seu envelhecimento e enfraquecimento do factor de cura.

O único X-Men a voltar a estar presente é Charles Xavier. O lendário líder do grupo encontra-se num estado de saúde débil, com uma doença a afectar aquilo que mais especial ele tinha, o cérebro, afectando os seus poderes mentais e colocando todo o mundo em perigo. Depois do acontecimento que matou os restantes X-Men, Logan mantém o professor medicado e num abrigo que bloqueia as suas ondas cerebrais. No entanto isso não o impede de encontrar aquilo que pensa ser novos mutantes. É num dos trabalhos de Logan que aparece X23, uma criança com poderes mutantes muito semelhantes aos de Wolverine, isto porque apesar de não ser um mutante de nascença é o mais perto que Logan teve de uma filha, sendo uma espécie de clone modificado deste. O foco do filme é a relação que estas tres personagens vão criar, sendo Logan quase um drama western em que as personagens principais são mutantes, aspecto esse que passa para segundo plano.

Acabam por ser as cenas de acção quem mais nos relembra que este é um filme de super heróis. São estas também a principal razão porque Logan tem a classificação etária que tem, com a violência a estar muito acima de qualquer outro filme do género. No entanto, toda a restante atmosfera deprimente do filme apenas faz sentido num filme com esta classificação.

 

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